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Damares se candidata a vaga para comissão que monitora crise yanomami
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) se candidatou para uma das três novas vagas que serão abertas na comissão que monitora a crise humanitária dos yanomami, em Roraima.
O que aconteceu:
- Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Humberto Costa (PT-PE), participantes da comissão, propuseram ontem no Senado a inclusão de três suplentes no grupo. A senadora argumentou a necessidade de maior representatividade na comissão.
- Prontamente, Damares colocou seu nome à disposição: "Posso colaborar muito. A comissão com mais senadores trará um relatório mais imparcial e mais completo".
- Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro de Bolsonaro, e Fabiano Contarato (PT-ES), que participou da CPI da Covid, também se candidataram ao trabalho.
Damares, no entanto, seria mais uma escolha controversa na comissão por seu tempo à frente do extinto Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, no governo Bolsonaro:
- A pasta é apontada como negligente na assistência dos indígenas yanomami, segundo relatório do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania;
- O governo Bolsonaro sabia, pelo menos desde 2021, que os yanomami vinham sofrendo com desabastecimento de alimentos e ignorou pedidos da Defesa Civil de Roraima por assistência;
- Damares é alvo de representação do PSOL por crimes ambientais, prevaricação e genocídio no Conselho de Ética do Senado por sua responsabilidade na crise entre os indígenas.
Ela nega as acusações e disse ser "parte dessa família", em referência aos yanomami.
Entidades indígenas já repudiam membros da comissão
A Urihi Associação Yanomami e a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) emitiram notas de repúdio aos senadores escolhidos para integrar o grupo, especialmente o presidente da comissão, Chico Rodrigues (PSB-RR).
- Rodrigues já se posicionou favoravelmente ao garimpo em diversas ocasiões. Uma das missões da comissão do Senado é supervisionar a remoção de garimpeiros que ocupam ilegalmente a terra indígena.
- O senador foi pego com R$ 33 mil escondidos na cueca em uma operação da Polícia Federal em outubro de 2020.
- Um avião que circulou em 2018 em garimpo ilegal na terra yanomami era do senador, mostrou texto da Repórter Brasil de março de 2021.