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OPINIÃO

Oyama: Dizer que só lei vai resolver problemas da mulher é 'rosa retórica'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/03/2023 14h28

A colunista do UOL Thaís Oyama participou do UOL News de hoje (8) e afirmou que, sozinho, o projeto de lei da obrigatoriedade de igualdade salarial entre homens e mulheres, anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não irá resolver os problemas das mulheres brasileiras. Oyama disse que outras questões anteriores devem ser prioridade para mulheres.

Ela também analisou o discurso de Lula, que destacou que a igualdade seria uma obrigatoriedade, e comparou a fala do presidente com a antiga e recorrente prática de entregar rosas para mulheres no dia 8 de março.

Esse tipo de discurso que pretende transmitir a ilusão de que uma lei vai resolver um problema dessa complexidade é quase que uma rosa retórica. (...) seriam melhores gestos concretos que de fato mudem a vida de uma mulher. Thaís Oyama

Além da obrigatoriedade da igualdade salarial, o governo também anunciou uma série de outras medidas voltadas para a mulher:

  • dignidade menstrual, com um decreto de distribuição de absorventes pelo SUS;
  • investimentos na Casa da Mulher Brasileira;
  • cotas para mulheres vítimas de violência em cargos do governo;
  • crédito para mulher do campo;
  • incentivos às mulheres na ciência.

Falta de creches. Para a colunista do UOL, há uma questão anterior à lei de igualdade salarial que é a falta de creches no país. Uma pesquisa da Fundação Maria Cecília Vidigal apontou que mais de 40% das famílias brasileiras com crianças entre 0 e 3 anos de idade não encontram creches, e isso impede que mulheres possam buscar empregos para, aí sim, lutarem por uma igualdade no salário com os homens.

Madeleine: Lei da igualdade salarial sozinha não resolve problema da mulher

Para Madeleine Lacsko, colunista do UOL, a lei da igualdade salarial não resolve os problemas da mulher brasileira. Ela destacou que empresas encontram diversos subterfúgios para driblar as leis para continuarem pagando menos para mulheres que para os homens.

"Me incomoda muito que os políticos tratem a gente sistematicamente como idiotas, fingindo que uma lei em cima de uma pilha de leis que dizem a mesma coisa, vai resolver. Não vai resolver!", afirmou.

Em sua opinião, a medida mais efetiva e que realmente pode impactar a vida das mulheres e que foi anunciada hoje foi o investimento na Casa da Mulher Brasileira. "Foi a ação mais efetiva e importante porque pode fazer mulheres saírem de uma situação de violência e, no meu entender, é o que tem de mais efetivo para as mulheres", finalizou.

Madeleine: Senador emprega 04 e põe clã Bolsonaro em seu raio de influência

Jair Renan, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ganhou um cargo no Senado Federal de auxiliar parlamentar pleno, com salário mensal de R$ 9,5 mil, no gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC). Para Madeleine, essa é uma estratégia política utilizada pelo senador para aumentar sua influência.

"Mesmo que o Jair Renan nunca vá ao gabinete, que não fale com ele e que não tenha nenhum relacionamento próximo, dá a entender que ele [Jorginho Seif] está em um degrau mais alto e mais próximo da família Bolsonaro. Isso muda completamente o tipo de influência que esse homem vai exercer no meio de 81 senadores", disse.

Ela ainda afirmou que o currículo do filho 04 do ex-presidente é "bagunça e ser filho de alguém", e também questionou a necessidade do salário pelo filho de Bolsonaro. "Estamos falando de uma família que compra não sei quantos imóveis em cash, casas e apartamentos milionários. Eles precisam de um salário de R$ 9 mil?".

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