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Filho de Bolsonaro, Jair Renan ganha cargo de R$ 9,5 mil no Senado

Do UOL, em Brasília

08/03/2023 11h08Atualizada em 08/03/2023 15h36

O quarto filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o influenciador digital Jair Renan Bolsonaro, 25, ganhou um cargo no Senado Federal de auxiliar parlamentar pleno, com salário mensal de R$ 9,5 mil, no gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC).

A indicação foi publicada no boletim administrativo da Casa de hoje (8). Seif foi secretário da Pesca do governo Bolsonaro e é aliado do ex-chefe do Executivo. Ele foi escolhido para o cargo ainda em 2018, antes mesmo da posse de Bolsonaro no Palácio do Planalto.

Ele não foi localizado pela reportagem para comentar. O gabinete de Seif também foi contatado, mas não se pronunciou ainda.

Jair Renan foi investigado no ano passado por possíveis crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro envolvendo um grupo empresarial do setor de mineração.

A PF (Polícia Federal) arquivou o caso, porque não encontrou crimes na suposta atuação do filho do ex-presidente em favor de empresários.

O inquérito contra o filho 04 foi aberto em março de 2021, após pedido do MPF (Ministério Público Federal), baseado em denúncias feitas por parlamentares de oposição ao governo Bolsonaro.

Reuniões secretas no DF

O UOL divulgou de forma exclusiva que a Secretaria de Esportes e Lazer do Distrito Federal perdeu o prazo e não recorreu da decisão em segunda instância da Justiça do DF — que derrubava o sigilo das reuniões com Renan nas dependências da secretaria desde 2019 — primeiro ano do mandato de Bolsonaro. Por isso, após intimada, a Secretaria terá o prazo de até dez dias para revelar o conteúdo dos encontros.

Além de revelar os conteúdos das reuniões, a Secretaria de Esportes terá que liberar os registros das datas e horários de entrada e saída de Jair Renan do prédio e de quem participou dos encontros com ele.

À época, o senador Rogério Marinho (PL) respondeu sobre o assunto na Câmara dos Deputados, quando disse que sua presença "foi solicitada pelo gabinete do [ex-]presidente" e que não houve "nenhum tipo de constrangimento" porque Renan "entrou calado e saiu calado".