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Mais Médicos: Lula pede brasileiros, mas diz que nacionalidade não importa

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

20/03/2023 12h46Atualizada em 20/03/2023 17h18

O presidente Lula (PT) disse hoje que haverá um esforço para que todos os médicos inscritos neste ano no Mais Médicos sejam brasileiros, mas que, "se for preciso", serão convocados estrangeiros.

O que disse Lula:

  • O relançamento oficial do programa foi feito nesta manhã no Palácio do Planalto.
  • Como anunciado previamente, o foco será em profissionais brasileiros, mas não haverá restrições. "O que importa para nós não é saber a nacionalidade do médico, é saber a nacionalidade do paciente", afirmou Lula.
  • O governo também oferecerá incentivo para revalidação de brasileiros formados no exterior. Está previsto que o Estado financie pelo menos 50% da prova de quem precisar.
  • O presidente afirmou compreender que é mais trabalhoso encontrar médicos que se disponham a ir a cidades de difícil acesso, mas lembrou que somente a população local sabe a falta que um profissional de saúde faz.
  • Segundo Lula, apesar de muitas pessoas terem sido contra a criação do Mais Médicos, o programa é "inegavelmente foi um sucesso excepcional".

Queremos que todos os médicos que se inscrevam sejam brasileiros, formados adequadamente. Se não tiver condições, a gente vai querer médicos brasileiros formados no estrangeiro, ou médicos estrangeiros que trabalham aqui. Se não tiver, vamos fazer chamamento para que médicos estrangeiros ocupem esta tarefa."
Lula

Lula lembra ataques a médicos cubanos. O presidente também citou que os profissionais de Cuba, que tiveram muita participação na primeira versão do programa, foram mal vistos no país e não aceitos por muitas pessoas no Brasil. Lula considerou que os referidos médicos merecem desculpas.

Tentaram acabar com o Mais Médicos. Venderam toda uma imagem negativa de forma pejorativa e não tiveram sequer a vergonha de pedir desculpas aos médicos cubanos que foram embora deste país."
Lula

O Mais Médicos foi um sucesso extraordinário, pois tem três tipos que precisam desse tipo de política: as pessoas que vão ser atendidas, os médicos que vão trabalhar e os prefeitos e prefeitas das cidades pequenas e médias."
Lula

O novo programa:

  • O programa mudou de nome, passando a se chamar "Mais Médicos para o Brasil".
  • Serão 15 mil vagas só em 2023: 5.000 saem em edital em março, mais 5.000 ainda no primeiro semestre e outras 5.000 no segundo, de acordo com o Ministério da Saúde.
  • As 10 mil vagas após o edital de março serão oferecidas no formato que prevê contrapartida dos municípios. "Essa forma de contratação garante às prefeituras menor custo, maior agilidade na reposição do profissional e condições de permanência nessas localidades", informa o ministério.
  • O investimento total do governo será de R$ 712 milhões neste ano.
  • Também serão incluídos profissionais especializados, dentistas e enfermeiros.

Com a visão de fortalecimento da atenção primária, anunciamos também o credenciamento de equipes de consultórios de rua de saúde bucal."
Nísia Trindade, ministra da Saúde

Críticas da oposição

  • Criado no governo de Dilma Rousseff (PT), o Mais Médicos foi alvo de críticas por parte de adversários e perdeu força na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
  • Bolsonaro e aliados se queixavam do fato de o programa trazer profissionais de Cuba para cuidar da saúde no Brasil.
  • Em diferentes ocasiões, o ex-presidente questionou a competência dos profissionais estrangeiros e acusou o Mais Médicos de ser usado para financiar o governo cubano.
Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que dizia uma versão anterior deste texto, serão 15 mil vagas só em 2023: 5.000 saem em edital ainda neste mês, não em maio. As outras 5.000 vão ser no primeiro semestre e outras 5.000 no segundo, segundo o Ministério da Saúde. O texto foi corrigido.