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OPINIÃO

Josias: PL alimenta ficção ao fazer de Michelle mais do que ela pode ser

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/03/2023 09h22Atualizada em 21/03/2023 10h08

O colunista do UOL Josias de Souza avalia que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro apresenta contradições: apesar de líder do PL Mulher, ela é submissa à vontade do marido, que não quer vê-la viajando pelo Brasil sem ele.

A Michelle é uma personagem oca e me surpreende muito que algumas pessoas imaginem que ela possa a vir ser candidata à Presidência da República. Não tem credenciais para isso. Ela se mostra uma pessoa desqualificada. Ao pretender representar as mulheres, ela se submete ao marido e se enquadra no papel de ajudadora. O PL está alimentando uma ficção quando faz da Michelle mais do que ela tem condições de ser."
Josias de Souza, colunista do UOL

No UOL News de hoje, Josias disse que Jair Bolsonaro reage de forma previsível ao ver o PL traçar planos políticos para sua mulher. O ex-presidente, na opinião do colunista, mostra-se incomodado com a autonomia dada a Michelle, contrariando o papel de submissão que ela exerceu durante a última campanha eleitoral.

Bolsonaro é um personagem misógino e tem, em relação às mulheres, a pretensão de manter um relacionamento de submissão. Ele não gosta de aliados; prefere súditos. Imaginem em relação à mulher dele. O PL ensaiou um movimento para dar uma certa autonomia a Michelle e o Bolsonaro mandou logo encerrar essa conversa. Na vida real, Bolsonaro é o capitão imbrochável que utiliza sua mulher como um bibelô eleitoral."
Josias de Souza, colunista do UOL

Calejon: Bolsonaro impedir 'voo solo' de Michelle é síntese do bolsonarismo

O jornalista Cesar Calejon também apontou o caráter contraditório da nomeação de Michelle Bolsonaro como presidente do PL Mulher, mas com a autonomia comprometida pelo marido.

Essa situação é a síntese do bolsonarismo. Não surpreende ele não querer que uma mulher tenha autonomia para, de alguma forma, substituí-lo. Ele age com grosseria, autoritarismo e individualismo peculiares a ele. É curioso e, no mínimo, caracteriza uma contradição irreconciliável o PL dar destaque para uma figura que está sendo cerceada em seguida."
Cesar Calejon, jornalista

Calejon: Passo precipitado de Lupi explica nova taxa do consignado do INSS

A precipitação de Carlos Lupi, ministro da Previdência, está por trás do aumento da taxa de juros do consignado do INSS, na avaliação de Calejon.

Para ele, o 'voo solo' de Lupi, que anteriormente havia decidido reduzir esta taxa, causou constrangimento ao governo Lula.

O Lula disse de forma muito clara que as ideias precisam ser alinhadas, até para não ter o governo rendido. O Lupi tenta adotar uma medida incisiva. Nesse afã de produzir essa alteração e uma reforma, deu um passo um pouco precipitado, porque ter que voltar atrás de alguma forma manda uma série de mensagens deletérias para o governo."
Cesar Calejon, jornalista

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