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Lula diz não ter compromisso por STF, mas que Zanin foi revelação jurídica

Do UOL, em São Paulo e Brasília

21/03/2023 11h36Atualizada em 21/03/2023 12h57

O presidente Lula (PT) disse ainda não ter decidiu quem vai indicar para o STF (Supremo Tribunal Federal) neste ano, mas que seu advogado, Cristiano Zanin, se mostrou uma "revelação jurídica".

O que ele disse?

  • Lula diz que não pretende indicar ninguém "por ser amigo". "Quero indicar alguém que seja competente do ponto de vista jurídico e que esse cidadão esteja lá para que a Constituição seja respeitada."
  • "O Zanin foi uma grande revelação jurídica nesses últimos anos, uma revelação extraordinária, fez coisas que outros advogados não fariam."
  • Zanin foi advogado de Lula durante toda a Operação Lava Jato, incluindo o período de sua prisão, entre 2018 e 2019. Seu escritório foi responsável pela defesa no STF e por levar o caso à ONU (Organização das Nações Unidas).
  • O presidente também disse que não será "alguém do PT".

Sem decisão tomada ainda. Lula precisa preencher a vaga que será deixada pelo ministro Ricardo Lewandowski em maio, quando completa 75 anos. Desde que assumiu, há muita especulação sobre possíveis indicações, incluindo um movimento para nomeação de uma mulher negra.

Não sei quem eu vou indicar, não tenho compromisso oficial com ninguém. É um problema meu e, quando tiver que tomar decisão, vou sentar sozinho e enviar a indicação ao Senado."
Lula, em entrevista

Lula reforça que não vai indicar novo PGR da lista tríplice

  • Presidente disse que também não tem ninguém em vista para ocupar o posto de Augusto Aras, cujo mandato acaba em setembro, mas que a lista tríplice está descartada.
  • "Ministério Público no Paraná foi irresponsável", disse. "O MPF tem que saber que não vou escolher [o próximo PGR] da lista tríplice pela irresponsabilidade da força-tarefa do Paraná [da Operação Lava Jato], que foi moleque, prejudicou a imagem do MPF, quase destruíram a imagem de seriedade do MPF."
  • A entrevista foi dada hoje pela manhã à TV247.

Como foi a entrevista

  • Os assuntos tratados foram bem focados em economia, com críticas ao FMI (Fundo Monetário Internacional), à gestão de Paulo Guedes e às privatizações.
  • Também houve um desagravo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). "Haddad já tem muita política na cabeça. Não há problema do PT com o Haddad. Tenho um carinho profundo por ele. E tenho certeza de que o Haddad vai ajudar a resolver o problema deste país."
  • Ele ainda disse que vai "continuar batendo" no Banco Central para reduzir as taxas de juros, hoje em 13,75%. "Se a economia não voltar a crescer, você não faz o povo ficar alegre. Precisamos fazer muito crédito."
  • Lula chorou ao se lembrar do tempo em que ficou preso, em Curitiba, durante 580 dias. "Quantas vezes eu deitava naquela cama, de barriga para cima, olhando para o teto... É preciso muita força para sobreviver àquilo. Nem todo mundo suporta isso." Lula ficou preso entre 2018 e 2019 na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba por condenações em processos da Operação Lava Jato --elas foram anuladas posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal.

Para governar esse país e dar certo, o presidente tem que ter sorte. Eu sou um cara de muita sorte. Não sou de levar para casa má notícia. O país tem de crescer."
Lula