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Eduardo Bolsonaro parte para cima de petista: 'Te enfio a mão na cara'

Do UOL, em Brasília

19/04/2023 14h09Atualizada em 19/04/2023 20h41

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) perdeu o controle e correu na direção do colega Marcon (PT-RS) hoje na Câmara, após o petista contradizer a PF e as imagens e afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) simulou a facada que sofreu durante a campanha presidencial de 2018, em Juiz de Fora (MG).

O que aconteceu

Os dois deputados participavam da Comissão de Trabalho nesta quarta, e Eduardo Bolsonaro falava quando Marcon disse que a facada era falsa por falta de sangue. O filho do ex-presidente protestou e o ambiente ficou tenso.

Eduardo perdeu o controle, levantou e foi na direção de Marcon. Os demais deputados se levantaram para evitar agressão.

Eduardo xingou Marcon: "Vai se fuder seu viado. Seu puto!". E ameaçou agredir o petista: "Te enfio a mão na cara e perco o mandato. Perco o mandato, mas com dignidade, coisa que você não tem. Filho da puta".

O deputado do PL estava muito irritado e começou a gritar xingamentos homofóbicos. A cena durou menos de um minuto e deixou os demais integrantes da comissão surpresos.

Marcon disse que vai acionar a Comissão de Ética da Casa contra Eduardo. "Isso é ofensa parlamentar." O petista pediu a degravação das falas do deputado do PL. Ao UOL afirmou que teve medo porque Eduardo "sempre está armado".

Eduardo Bolsonaro deixou a sessão depois de terminada a confusão. Ele falou que ia se acalmar em outro lugar.

Relembre o caso

Bolsonaro sofreu um atentado durante uma agenda de campanha em Juiz de Fora, em 6 de setembro de 2018. O autor da facada é Adélio Bispo de Oliveira, que foi preso em flagrante e confessou a tentativa de assassinato do então candidato.

Dois inquéritos da Polícia Federal apontaram que Adélio agiu sozinho e que sofre de transtorno delirante persistente, o que impede que ele responda pelo crime. Ele está preso há cinco anos no presídio federal de Campo Grande

Bolsonaro reclamou da investigação em diversas ocasiões quando estava na Presidência. No início do ano passado, a PF abriu uma terceira apuração sobre o caso.

Essa investigação em andamento cita uma possível relação da facção criminosa PCC com pagamentos para a defesa de Adélio, segundo revelou hoje a Folha de S.Paulo.

A apuração reiniciada no ano passado contraria conclusões anteriores e aventa uma tese considerada inconsistente pela atual direção da PF, que vê fragilidades nos indícios citados.