Bolsonaro depõe hoje sobre atos golpistas: o que a PF quer saber?
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dá hoje mais um depoimento à Polícia Federal. Desta vez, sobre a suposta ligação com os atos golpistas de 8 de janeiro. Invasores depredaram o Palácio do Planalto, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso Nacional.
O que deve acontecer
Bolsonaro vai prestar esclarecimento na sede da PF, em Brasília. O horário exato não foi divulgado, mas a expectativa é seja pela manhã.
O inquérito investiga quais foram as pessoas que orquestraram os atos golpistas. O ex-presidente passou a integrar a investigação após postar, em uma rede social, um vídeo com fake news sobre as eleições, dois dias depois da invasão das sedes dos três Poderes. O vídeo depois foi deletado.
As reiterada tentativas infundadas de Bolsonaro de contestar o processo eleitoral serão abordadas pelos investigadores hoje. Eles também devem questionar se há alguma ligação do ex-presidente com os ataques e se Bolsonaro conversou com algum participante das invasões (veja abaixo).
Para a PGR (Procuradoria-Geral da República), o ex-presidente incitou o público à prática de crime. Bolsonaro também prestou depoimento à PF sobre o caso das joias sauditas apreendidas com sua equipe de governo.
O que mais a PF deve perguntar
Os investigadores da Polícia Federal devem questionar se Bolsonaro tem ligações com financiadores de caravanas para os atos e com outras pessoas que participaram dos ataques. Um sobrinho de Bolsonaro, Léo Índio, foi alvo de operação da PF sobre o caso.
Outro ponto a ser explorado pela polícia é seu silêncio sobre a mobilização de golpistas acampados em frente a quartéis-generais do Exército —como o de Brasília, de onde saíram os vândalos em 8 de janeiro.
A PF mira ainda a proximidade de Bolsonaro com Anderson Torres, seu ex-ministro da Justiça e então secretário de Segurança do Distrito Federal. Torres está preso há mais de três meses sob a acusação de omissão e conivência com os ataques golpistas.
No dia da depredação, tanto ele como Bolsonaro estavam nos EUA, mas ambos negam ter se encontrado ou tratado do assunto.
Dentro da Polícia Federal, fontes ligadas ao inquérito afirmam que o ex-presidente está sendo investigado como todos os outros supostamente envolvidos nos atos golpistas.
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