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Líder do governo rebate Dallagnol e diz que Lula não interferiu em cassação

Do UOL, em São Paulo

23/05/2023 12h02Atualizada em 23/05/2023 12h08

O deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo Lula na Câmara, falou sobre o processo de cassação do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e rebateu acusações de que o TSE quis "agradar ao governo".

Ele foi entrevistado hoje por Fabíola Cidral, Tales Faria e Josias de Souza no UOL Entrevista.

É mais uma ilação daquelas que foram feitas na Operação Lava Jato. O Lula foi vítima de um processo brutal de perseguição. Ele não pode acusar Lula de nenhuma atitude que possa ter levado o tribunal a decidir isso [cassação].

Aprendi uma coisa com minha mãe de 98 anos: 'Aqui se faz aqui se paga'. Os erros que eles [envolvidos na Operação Lava Jato] cometeram vem à tona e as pessoas são responsáveis pelos seus atos e legado. Portanto Lula não tem nada a ver com isso.

Ontem, em entrevista ao UOL News, Dallagnol se referiu a gestão Lula como o "governo da vingança" e disse, sem apresentar provas, que o ministro do STF Gilmar Mendes articulou sua cassação.

Expectativa de aprovação da regra fiscal

José Guimarães diz que o governo quer levar para votação no plenário da Câmara o mesmo texto que foi aprovado por deputados em regime de urgência na semana passada. O projeto de lei propõe novas regras fiscais para gastos da União para substituir o atual teto de gastos.

Na nossa opinião de governo, qualquer mexida para um lado ou para outro pode desagregar, o trem pode descarrilar e isso não é bom para o País. Estamos pensando numa regra perene, permanente, que vai dar previsibilidade, credibilidade e estabilidade.

A previsão é do mesmo placar [da semana passada] porque há compromisso na Casa. Não é unanimidade, mas a maioria está disposta a entregar a proposta ao ministro Haddad e então baixar essa estratosférica taxa de juros, que pode comprometer o crescimento da economia brasileira.

Lula vai decidir sobre exploração da foz do rio Amazonas

José Guimarães afirmou que é do presidente Lula a decisão sobre a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Rio Amazonas, região apontada como o novo pré-sal.

Lula já sinalizou que pode contrariar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e tomar partido em favor da ala desenvolvimentista do governo.

A prioridade do governo é ter política de preservação do meio ambiente. Quem vai decidir isso [exploração da foz do rio Amazonas] é o presidente, conversando com as duas partes. Ele saberá buscar o melhor encaminhamento.

Em coletiva de imprensa no Japão, onde participou do G7, Lula afirmou que a Amazônia não deve ser transformada em santuário. O governo Lula tem prometido combate à crise climática e compromisso com a transição energética para bases sustentáveis.

Na quarta (17), o Ibama rejeitou o pedido da Petrobras para explorar petróleo na foz do Rio Amazonas, considerada de "alta vulnerabilidade socioambiental". A Petrobras vai recorrer da decisão.