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'Faltou liderança política da Dilma em Junho de 2013', diz Eduardo Paes

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/06/2023 19h39

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), disse que "faltou liderança" da então presidente Dilma Rousseff (PT) durante as manifestações de junho de 2013, quando a petista estava em seu primeiro mandato no Palácio do Planalto.

Ao UOL Entrevista, Paes destacou que quem estava no poder naquele momento era a esquerda, que vinha de dois mandatos do presidente Lula (PT) e posteriormente a Dilma.

Fico até desconfortável em dizer isso, mas acho que faltou liderança política naquele momento no Brasil. A presidente Dilma não era exatamente uma pessoa que tivesse a dimensão política, capacidade de concertação, que nessas horas de crises mais agudas são sempre muito importantes. Nessa hora o líder tem que se impor, conduzir, orientar.

Eduardo Paes citou como exemplo uma fala de Dilma que atribuiu a responsabilidade pela construção dos estádios da Copa do Mundo no Brasil aos governos estaduais e que o governo federal apenas "emprestava dinheiro" aos estados — o evento futebolístico pautou as manifestações de 2013.

"Isso é um pouco incapacidade de dizer: 'olha, nós estamos aqui fazendo um evento com essas características, se estiver aqui mal feito que se apure'. Faltou isso, essa ausência de liderança política naquele momento. E ela era a representante da esquerda, do PT", argumentou.

Eduardo Paes diz que se tonou um político "melhor" após junho de 2013

O prefeito carioca também disse ter que lidar com as manifestações daquele ano à frente da gestão municipal trouxe aprendizados que o tornaram um político "melhor" e mais atenta às críticas.

Acho que me tornei um político melhor a partir de 2013, estou mais atento à crítica do que eu era antes, tem coisas que evoluíram. E as pessoas perceberam que tem que exigir, cobrar, mas que aqueles que se comportavam como representantes da antipolítica não só não resolveram os problemas da sociedade, como agravaram. Então tem um aprendizado institucional, democrático.

Paes também disse que não é possível comparar os protestos golpistas ocorrido em 8 de janeiro de 2023, em Brasília, com junho de 2013, porque o ocorrido em 8/1 "foi um movimento organizado", enquanto as Jornadas de 2013 "tinham uma coisa meio de Queda da Bastilha, de vamos colocar esses caras aí para cortar o pescoço deles".

"Junho de 2013 não tinha estrutura organizada, não era um movimento na sua origem antidemocrático. O 8/1 se mostra uma coisa com roteiro, planejado, e graças a Deus as instituições brasileiras resistiram", completou.

Veja a íntegra do programa: