Madeleine: Lula acena às polícias e faz melhor discurso ao falar de armas
A colunista do UOL Madeleine Lacsko analisou o discurso do presidente Lula (PT) após a assinatura do decreto que prevê novas regras para aquisição de armas e munições no Brasil.
Segundo ela, esse foi um dos "melhores discursos" do presidente desde o início do governo.
Ele fala uma coisa para tirar as pessoas desse binarismo besta: Estamos tentando algo, não vai ser a última medida, talvez precisemos ajustar e não sei o que vai dar. Ele não coloca essa lei como mágica e fala uma coisa que alguém precisava falar: quantas leis de proteção à mulher tem?.
Não é na canetada que você resolve essas coisas, a gente tem sistematicamente isso sendo apresentado pelos políticos como solução.
Outra coisa que o Lula fala nesse discurso é a questão da estrutura familiar. A estrutura familiar é decisiva na questão de violência.
A gente vive em um país em que para as crianças e mulheres é mais perigoso dentro de casa do que fora.
Madeleine também destacou o aceno às polícias, no qual Lula afirmou que "quem tem que estar bem armado são as polícias brasileiras, Forças Armadas".
Ele faz um discurso que tira essa questão do fetiche sobre arma. Ele fala de uma coisa bem mais complexa e que precisa ser endereçada.
Exército e PF não têm condição de fiscalizar CACs, diz ex-capitão do Bope
O ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) Rodrigo Pimentel disse que iria "até mais longe" na medida tomada pelo governo Lula (PT), que passa para a Polícia Federal a responsabilidade sobre CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).
O Exército e a Polícia Federal não têm condição de realizar fiscalização e controle.
Eu iria mais longe: faria uma agência no Brasil nos moldes de uma ATF (Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos).
O Exército e a polícia sequer tem condição de realizar visitas programadas a esses colecionadores. Imagina a Polícia Federal com menos de 20 mil agentes tendo que agendar.
Sou da Paz: Decreto é equilibrado; deputados pró-armas também foram ouvidos
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Quero receberO gerente do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, contou que os deputados considerados armamentistas, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram ouvidos para a elaboração do decreto.
A própria indústria de arma e clubes de tiro foram ouvidos pelo grupo de trabalho do Ministério da Justiça, inclusive o ministério incorporou deputados armamentistas, como Eduardo Bolsonaro, para também ouvir as demandas das categorias.
Isso é o que a gente espera: equilíbrio para que se possa ouvir diversos interesses e compor em um regulamento responsável e com uma boa fiscalização, que é o que todo mundo espera.
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