Caso Marielle: Castro diz que investigação irá avançar após nova prisão
Do UOL, em São Paulo
24/07/2023 20h10
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou hoje que a prisão de mais um suspeito de envolvimento na morte de Marielle Franco e Anderson Gomes é "mais um passo para se chegar ao mandante" do crime.
O que aconteceu:
Castro também destacou que a "união de esforços vai nos levar a identificar quem está por trás desse atentado à democracia". A declaração foi feita em uma publicação nas redes sociais. "Com a nova prisão, temos a expectativa que a investigação avance ainda mais", escreveu.
O governador do Rio de Janeiro ainda parabenizou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a Polícia Federal e Ministério Público do Rio de Janeiro.
Cláudio Castro destacou que "tanto o criminoso que fez a delação premiada [Élcio Queiroz] quanto o envolvido que foi preso pela PF [Suel] já haviam sido presos com base em investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro".
Viúva falou que Castro não tinha compromisso com investigação
A vereadora Monica Benicio (PSOL), viúva de Marielle Franco, se recusou a participar de uma reunião com Cláudio Castro, organizada pela Anistia Internacional, em março deste ano.
Na ocasião, Monica foi até o Palácio Guanabara, sede do governo, para falar seus motivos à imprensa, mostrou uma reportagem da Folha de S.Paulo.
Nessa mesma data há um ano ele [Castro] recebeu as organizações, Anistia Internacional e os familiares para dizer que tinha compromisso com a elucidação do caso. E a gente não vê isso, nem publicamente nem na prática. Inclusive naquela ocasião, o governador tinha ao seu lado Allan Turnowski, que era então secretário de polícia, que ele disse que era seu homem de confiança".
Monica Benicio, em março deste ano
Delação sobre o crime
Élcio de Queiroz, preso desde 2019, confessou participação no crime e apontou o colega Ronnie Lessa como autor dos tiros. A delação está de acordo com o que apurou a PF.
Segundo o ministro da Justiça Flávio Dino, foi a delação que embasou a operação de hoje, que prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa no Rio. Suel, como é conhecido, já havia sido preso em 2020, acusado de ter se desfeito do carro usado na execução, mas respondia em liberdade.
Suel participou de ações de "vigilância e acompanhamento" de Marielle antes do assassinato e depois ajudou a encobertar o crime, disse o ministro.
Além de Suel, a delação de Élcio de Queiroz teria apontado outros participantes, que ainda não foram revelados. Dino ressaltou que há indícios do envolvimento de milícias e do crime organizado.
A delação encerra investigação no patamar da execução, afirmou Dino. Resta ainda solucionar quem foram os mandantes do crime. "A investigação não está concluída, [a delação] permite um novo patamar de investigação, a dos mandantes".
"Nas próximas semanas, provavelmente haverá novas operações derivadas desse conjunto de provas colhido no dia de hoje", declarou. "Não há crime perfeito. Outras novidades com certeza ocorrerão nas próximas semanas."