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Conselho de Ética abre processos contra 7 deputados do PT, PL e PSOL

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu nesta quarta (30) sete processos contra deputados, além de arquivar uma representação feita pelo PT contra um parlamentar do PL.

O que aconteceu:

O presidente da comissão, deputado Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), acolheu representações e instaurou processo contra os parlamentares:

  • Dionilso Marcon (PT-RS)
  • Glauber Braga (PSOL-RJ)
  • Abilio Brunini (PL-MT)
  • André Fernandes (PL-CE)
  • Ricardo Salles (PL-SP)
  • Coronel Zucco (Republicanos-RS)
  • Sâmia Bomfim (PSOL-SP)

Foi arquivada a representação do PT contra o deputado José Medeiros (PL-MT), como recomendado pelo parecer do relator Albuquerque (Republicanos-RR). Foram 13 votos favoráveis ao arquivamento denúncia, sendo dois deles de deputados do PT: Ana Paula Lima (PT-SC) e Jack Rocha (PT-ES).

O UOL fez contato com os parlamentares que tiveram processos instaurados hoje para um posicionamento. Em caso de resposta, eles constam a seguir na explicação sobre os processos contra cada deputado.

Relator chama análises de 'desperdício de tempo'

O deputado Albuquerque afirmou ser um "desperdício de tempo" ficar "uma hora, duas horas, três horas, tratando de um empurrão, tratando de uma fala mais grosseira" no Conselho de Ética.

Ele era o relator da representação do PT contra o deputado José Medeiros (PL-MT), na qual o partido afirmava que Medeiros intimidou a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) durante sessão do Dia da Mulher, além de xingar e agredir o deputado Miguel Ângelo (PT-MG). Seu parecer recomendou que a denúncia fosse arquivada.

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O deputado José Medeiros se disse alvo do PT por ter sido favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. "Apesar das diferenças ideológicas, jamais iria agredir um adversário político", ponderou o deputado em nota.

Entenda as denúncias acolhidas hoje

Dionilso Marcon (PT-RS)

Marcon foi denunciado por uma confusão com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em reunião da Comissão de Trabalho. Os dois discutiram sobre a facada desferida contra o ex-presidente Bolsonaro em 2018, durante a campanha eleitoral.

Eduardo Bolsonaro já teve uma representação acolhida pelo Conselho de Ética por ter levantado, xingado e ameaçado o petista.

Glauber Braga (PSOL-RJ)

O PL acusa Braga de quebra de decoro por ter ofendido Eduardo Bolsonaro durante reunião na Comissão de Relações Exteriores. "Se Maduro tivesse chegado no aeroporto com um carregamento de joias, eles [a extrema direita] iriam adorar", disse Braga ao deputado do PL.

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O parlamentar chamou de "absurdo" a denúncia do que chamou de "enfrentamento de natureza política". "Para mim, isso é mais uma tentativa de colocar no Conselho de Ética parlamentares de esquerda para equilibrar um jogo com uma falsa simetria, já que existia uma grande pressão social, essa, sim, injusta pela responsabilização de deputados de extrema-direita que estão associados a práticas golpistas", afirmou ao UOL.

Abilio Brunini (PL-MT)

Abilio é acusado de transfobia contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) em reunião da CPMI do 8 de Janeiro. As acusações foram corroboradas por outros parlamentares durante a reunião.

O presidente da CPMI, deputado Arthur Oliveira Maia (União Brasil-BA), pediu que as filmagens fossem enviadas à polícia legislativa para apuração.

André Fernandes (PL-CE)

O PT acusa Fernandes de racismo durante um debate sobre a reforma tributária no Plenário. "Diversas afirmações do representado são marcadas por uma postura racista e discriminatória, pela ridicularização da questão racial e de identidade de gênero, ao falar em tom jocoso que a raça devia ser 'de boi'", diz o partido.

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Durante a sessão de hoje, Fernandes se justificou dizendo que houve uma interpretação errada sobre gênero alimentício e gênero biológico, bem como sobre raça. "Fui surpreendido com essa representação. Mas fico feliz de saber que isso aqui [o Conselho de Ética] não será banalizado. Certamente, quando vier o relatório, vai vir [recomendando] pelo arquivamento", afirmou.

Ricardo Salles (PL-SP)

Salles foi acusado pelo PSOL de violência de gênero durante reunião da CPI do MST contra a deputada Sâmia Bomfim, bem como em postagens nas redes sociais da parlamentar.

"Não há problema nenhum em responder com algum humor e ironia aos ataques que a deputada faz a todos, o tempo todo", afirmou o deputado ao UOL.

Coronel Zucco (Republicanos-RS)

O PSOL acusa Zucco de misoginia por, em reunião da CPI do MST, ter ameaçado encerrar a sessão se Sâmia não permitisse que os outros deputados falassem. "Ela acha que por ser mulher não pode ser interrompida", disse Zucco na ocasião.

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"Estou tranquilo. Não fiz nada de errado. Isso é apenas uma manobra para produzir notícias que abasteçam as narrativas deles e desgastem a CPI, ou que me assustem. Não vai acontecer, não vão intimidar minha atuação parlamentar", disse o deputado ao UOL.

Sâmia Bomfim (PSOL-SP)

O PL acusa Sâmia de ter quebrado o decoro naquela reunião da CPI do MST. O partido diz que ela abusou de suas prerrogativas constitucionais e "iniciou seus ataques gratuitamente".

(Com Agência Câmara de Notícias)

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