Com Lula, diversidade sobe a rampa, mas fica fora do STF, diz professor
06/09/2023 09h44
O professor de Direito da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e cientista político Oscar Vilhena criticou Lula por não promover a diversidade em suas indicações para o STF (Supremo Tribunal Federal), contradizendo seu discurso.
É muito frustrante ver um presidente que subiu a rampa ao lado de indígenas, mulheres negras e deficientes e, no momento de escolher aqueles que exercerão poder, ele abdique dessas alianças. Do ponto de vista político, é muito ruim e lamentável que isto esteja acontecendo. Um tribunal não é um órgão representativo no sentido eleitoral, mas tem que ter identidade com a sociedade. Oscar Vilhena, professor de Direito da FGV
Em participação no UOL News, Vilhena afirmou que Lula desperdiçou a primeira oportunidade de ampliar a representatividade das minorias no STF ao indicar Cristiano Zanin para o órgão. Na visão do professor, o presidente sinaliza que suas escolhas para o Supremo são mais balizadas pelos interesses políticos do que pela diversidade.
É inaceitável que um tribunal, em uma democracia como a brasileira, tenha dez homes e uma mulher. É inaceitável que todos sejam brancos. Lamento que o presidente, na primeira oportunidade, não tenha escolhido uma mulher, uma mulher negra ou um jurista negro. Não sei qual será a segunda escolha, mas me parece que o presidente está mais preocupado em escolher alguém que tenha a capacidade de operar dentro do Supremo em defesa do governo do que alguém que simbolize o pacto constitucional de 88, que busca criar uma sociedade mais justa e igualitária. Oscar Vilhena, professor de Direito da FGV
Josias: Governo corta verbas de pastas com papel de ajudar em desastres
Josias de Souza criticou o governo Lula por cortar verbas de ministérios com papel fundamental no combate a desastres naturais, como no caso do ciclone que devastou o Sul do país e causou 28 mortes. O colunista apontou a dubiedade do governo federal na prevenção de tragédias.
O governo acaba de elaborar o orçamento para 2024 e cortou verbas do Meio Ambiente, da Integração Nacional e das Cidades, todos os ministérios que têm interface com o socorro às vítimas de desastres. No gogó, está tudo muito apropriado. Agora é preciso que o discurso avance para a prática. Hoje, o Estado brasileiro não está se preparando adequadamente para enfrentar essa nova realidade climática, que é dramática. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias: Raciocínio de Lula sobre votos do STF é cínico, anticonstitucional e instigante
Josias de Souza reprovou a sugestão de Lula para que os votos dos ministros do STF sejam sigilosos. Para o colunista, a proposta atiçou os opositores do presidente, que o acusam de querer acabar com a transparência do Supremo, e tem efeitos desastrosos para o petista, assim como outras declarações polêmicas ao longo do seu terceiro mandato.
Não é o primeiro desastre verbal do Lula. Muitas outras opiniões do presidente deveriam ser mantidas em segredo. O raciocínio do Lula é cínico, anticonstitucional e chega a ser instigante. E se o Bolsonaro tivesse dito uma coisa como essa e defendesse o apagão do Judiciário? O mundo viria abaixo. Não dá para contemporizar com esse tipo de manifestação do Lula. Josias de Souza, colunista do UOL
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