Leite diz que bebê é a 37ª vítima no RS após ciclone; em SC houve uma morte
O número total de vítimas do ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul passou para 37, informou o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), em entrevista há pouco na Globonews. Ontem, uma morte também foi registrada em Santa Catarina.
O que aconteceu?
De acordo com o governador, a nova vítima é uma bebê de oito ou nove meses, de Cruzeiro do Sul. Ele afirmou também que há nove desaparecidos.
Mais cinco mortes foram registradas pelo governo do estado na noite desta quarta-feira (6), segundo boletim da Defesa Civil. Os óbitos foram em Cruzeiro do Sul, Roca Sales, Estrela e Lajeado.
Outras dez mortes tinham sido informadas até a tarde hoje, sendo oito no município de Roca Sales, uma em Lajeado e outra em Estrela, segundo informações do governo do Rio Grande do Sul.
O governador decretou estado de calamidade pública após fazer um sobrevoo na região na tarde desta quarta-feira (6). O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado e contempla 79 municípios (confira a lista aqui).
Vou decretar estado de calamidade pública no estado. Estamos trabalhando a favor dessa população que está sofrendo muito nesse momento.
Eduardo Leite, em entrevista coletiva
Há uma preocupação para quinta-feira (7) "com a volta da chuva no estado, e com a água ainda não baixando", segundo o coronel Marcus Vinicius Gonçalves Oliveira, subchefe da Defesa Civil.
Mortes
Na noite da terça-feira (5), 15 corpos foram encontrados durante vistoria do Corpo de Bombeiros, que procurava por pessoas dadas como desaparecidas em residências de Muçum (RS), também no Vale do Taquari. Os corpos estavam em diferentes residências, na mesma localidade da cidade.
Outras seis mortes já tinham sido confirmadas entre a noite do domingo e a manhã da terça-feira no estado, entre elas, a de uma idosa que caiu junto a um policial no rio enquanto era resgatada. O policial continua internado em estado grave.
As outras vítimas são um homem eletrocutado em Passo Fundo; um homem de 41 anos preso em um carro levado por uma correnteza em Mato Castelhano e um casal, um homem de 50 anos e uma mulher de 44 anos, que estavam em um carro que caiu em um rio em Ibiraiaras.
Além dos óbitos registrados no Rio Grande do Sul, o ciclone também deixou um morto em Santa Catarina, no município de Jupiá, após uma árvore atingir um carro durante a ventania na segunda-feira (4).
O ciclone extratropical se formou no oeste do Rio Grande do Sul. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), os estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul também sentiram os efeitos do fenômeno.
Chuva forte vai continuar
Uma frente quente que avança pelo estado traz instabilidade às regiões oeste e sul do RS, assim como parte do centro e do leste, a partir de hoje, informou o MetSul.
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Quero receberHá risco de chuva forte, temporais de raios, vento forte e granizo até a sexta-feira, quando a frente quente se converte em fria e traz tempestades para todo o estado.
A previsão é de que a instabilidade se prolongue por 10 dias e de que, em alguns pontos do estado, as chuvas ultrapassem os 200 milímetros, excedendo a média de todo o mês.
O governo se prepara para as novas precipitações e novos alertas serão emitidos em caso de risco, informou o governador Eduardo Leite a jornalistas na manhã de hoje.
A previsão para a partir do fim do dia e a partir da quinta-feira é voltarmos a ter chuvas aqui no estado, que vão começar pela região sul, mas também vão atingir a região norte, onde o solo já está encharcado e os rios cheios. [...] Tem que ficar atento porque os rios podem voltar a subir rapidamente.
Governador Eduardo Leite em conversa com a GloboNews
'Cenário desesperador'
A jornalista Jaqueline Manica, de Arroio do Meio (RS), diz ter visto uma inundação inédita no município. Ao UOL, ela afirmou que apenas duas quadras da região central da cidade foram poupadas da água.
Arroio do Meio não teve vítimas fatais até o momento, mas registra cerca de 2 mil desalojados. Na cidade, o nível do Rio Taquari superou os 35 metros, o que provocou enchente nas principais ruas.
Jaqueline conta que a população sofre por falta de água e luz, o que tem deixado as famílias preocupadas. "À medida em que vai acabando bateria de celular, as pessoas vão ficando apreensivas, porque daí não sabem como estão familiares", relatou.
Agora já está baixando a água, mas ainda tem muitos pontos alagados pela cidade. Na região central, a água só não atingiu duas quadras, o resto está tudo alagado. O pessoal trabalhou a noite toda na remoção das famílias próximas do rio Taquari. É um cenário desesperador
Jaqueline Manica, moradora de Arroio do Meio
O que fazer durante tempestades?
O Inmet orienta que a população das áreas afetadas por tempestades desligue aparelhos elétricos, observe alteração nas encostas, permaneça em local abrigado, proteja seus pertences da água envoltos em sacos plásticos em caso de inundação e, por fim, busque mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).
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