Exclusão de militares de fiscalização de urnas é "razoável", diz Barroso

O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que excluiu as Forças Armadas do rol de entidades fiscalizadoras das urnas foi "perfeitamente razoável".

O que aconteceu

Barroso citou a exclusão dos militares em coletiva de imprensa após assumir o comando do Supremo ontem (28), em sucessão a Rosa Weber. Quando presidia o TSE, no ano passado, Barroso convidou as Forças Armadas a integrar a comissão de transparência eleitoral.

A ideia de Barroso, à época, era aumentar a transparência do processo eleitoral. O efeito, porém, foi reverso e os militares fizeram vários questionamentos às urnas que acabaram por alimentar os ataques de Bolsonaro e seus eleitores ao sistema eleitoral.

O ministro culpou a postura de Bolsonaro pelo fracasso do plano. Segundo ele, militares levantaram suspeitas sobre as urnas mesmo após o relatório elaborado por eles próprios não ter apontado qualquer fraude nas urnas.

Barroso afirmou que a atuação das Forças Armadas demonstrou que não há fraude nas urnas. Segundo o ministro, os militares "procuraram tudo que podiam, mas não acharam" nenhuma prova contra o sistema eleitoral. "A avaliação do TSE foi que isso [a participação dos militares como entidade fiscalizadora] não provou bem e fizeram diferente. Acho perfeitamente razoável", disse.

Lamentavelmente as coisas não correram bem ali, porque o desejo era que se colaborasse para a segurança e transparência, mas seguindo orientações do comandante-chefe, trabalharam para levantar desconfianças. Porém o relatório final [das Forças Armadas] constatou que não houve fraudes, porque não existem fraudes
Luís Roberto Barroso, presidente do STF

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