OPINIÃO
Bergamo: Lula teria que deixar confiança de lado para indicar mulher ao STF
Colaboração para o UOL, em São Paulo
06/10/2023 09h33
A única chance de Lula indicar uma mulher para o STF (Supremo Tribunal Federal) é se o presidente abrir mão de um critério imprescindível para ele neste momento: a confiança pessoal. A avaliação é da colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo.
Ao longo de sua carreira política e pelas características do Brasil, Lula não conviveu com mulheres de forma tão próxima como com homens. De fato, não há mulheres no meio jurídico em quem ele confie plenamente, com exceção da Valeska [Martins, esposa de Cristiano Zanin]. Lula quer uma pessoa de confiança, que atenda a esse critério. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo
Ao UOL News, Bergamo destacou que Lula deseja colocar outra pessoa de confiança no STF, assim como fez com Cristiano Zanin. A falta de proximidade com alguma mulher do meio jurídico, assim como ele tem com os cotados Flávio Dino, Bruno Dantas e Jorge Messias, faz o presidente resistir à pressão por indicar uma mulher para a vaga deixada por Rosa Weber, como explicou a colunista.
É óbvio que há milhares de mulheres com currículo maravilhoso, com afinidade com as ideias dele e que poderiam ir ao STF. Mas o Lula de hoje não é o mesmo de 2002, que indicou pessoas sem conhecê-las. Há essa dificuldade que eu vejo, hoje, como intransponível, a não ser que Lula abra mão desse critério da estrita confiança pessoal, proximidade e conhecimento íntimo. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo
Josias: Eventual indicação de Dino ao STF ficou mais cara para Lula
Josias de Souza apurou que as negociações para a nova indicação ao STF estão a todo vapor. O colunista apontou que, liderado por Davi Alcolumbre, o Senado deve exigir um preço caro para a aprovação de Flávio Dino, um dos favoritos à cadeira deixada por Rosa Weber. O pano de fundo é uma disputa de poder, já que senadores consideram que Lula tem sido mais generoso com Arthur Lira.
Alcolumbre está capitaneando no Senado uma articulação com outros oligarcas e eles estão sinalizando ao Planalto que a eventual indicação do Flávio Dino ao Supremo encareceu. A fatura inclui uma chantagem de médio prazo e alguns resgates de curtíssimo prazo. O senador deseja que Lula sinalize, desde logo, apoio à pretensão dele de voltar à presidência do Senado. Para já, Alcolumbre quer ser ouvido no processo de escolha do novo procurador-geral da República e reivindica cargos. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias: Criminalidade pulverizou plano de Dino em menos de uma semana
Josias de Souza se espantou ao ver que o congresso do qual participariam os médicos assassinados em um quiosque no Rio de Janeiro prosseguiu normalmente, como se nada grave tivesse ocorrido. O colunista chamou a atenção para a normalização da violência no país e criticou o plano de segurança anunciado recentemente pelo ministro da Justiça Flávio Dino.
Estamos experimentando um fenômeno nefasto, muito comum em países como o México, onde o crime organizado prevalece há muito tempo. Há uma certa domesticação do horror. O país vai absorvendo a violência como uma anormalidade da vida normal. Tanto que o congresso do qual os médicos executados participavam seguiu normalmente. É um enfrentamento que leva tempo e precisa ser tratado com seriedade, não com um plano elaborado em cima do joelho para responder a uma emergência que inclui o PT. Às pressas, fez-se um plano que era uma feijoada aguada Josias de Souza, colunista do UOL
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