Alcolumbre diz a Lula que fará sabatina de indicado ao STF no 'rito Zanin'
Presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e responsável por marcar a sabatina dos indicados para ocupar uma cadeira no STF (Supremo Tribunal Federal), o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) já fez chegar ao presidente Lula (PT) que não pretende alongar o rito para a aprovação do nome que será indicado para o lugar da ministra Rosa Weber, já aposentada.
A aliados no Congresso, Alcolumbre tem afirmado que seu objetivo é, assim que Lula fizer a indicação, dar celeridade ao processo, da mesma forma como aconteceu no caso de Cristiano Zanin.
O então advogado de Lula teve seu nome aprovado pelo Senado 20 dias depois ser oficializado como escolha do presidente. No dia da sua aprovação, Zanin inclusive confraternizou no gabinete de Alcolumbre.
O senador já usou o poder de ser "o dono da pauta da CCJ" para postergar a sabatina do ministro André Mendonça, que foi indicado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, Mendonça aguardou quatro meses para ter seu nome aprovado pelos parlamentares.
Entre Dino e Messias?
Nos corredores do Senado, a aposta atualmente de aliados do governo e até de integrantes da oposição é que o presidente Lula não vai conseguir ceder aos apelos para indicar uma mulher para a vaga de Rosa Weber.
Alcolumbre, por exemplo, tem dito a aliados que acredita que Lula está afinando a escolha entre dois de seus ministros: Flávio Dino (Justiça) e Jorge Messias (AGU).
Embate com o STF
Alcolumbre, que já é colocado no Senado como favorito para a sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em 2025, tentou minimizar os embates recentes do Senado com o Supremo.
A aliados, ele disse que a PEC aprovada na CCJ nesta semana em "apenas 40 segundos", que limita as decisões monocráticas STF e o prazo para os pedidos de vista, já estava na pauta havia uma semana e que os senadores já estavam cientes de que a matéria estava "na fila" para ser encaminhada ao plenário da Casa.
Alcolumbre quer construir sua candidatura para voltar à presidência do Senado numa jogada na qual pretende ser "o candidato de Pacheco", que contará com o apoio do governo, e também angariando apoio de senadores ligados ao chamado bolsonarismo. É nesse contexto que o senador tem feito frente às pautas colocadas na Suprema Corte.
Além disso, parlamentares —num espírito de corporativismo— defendem nos bastidores a ofensiva do Congresso em relação ao STF. Muitos reclamam nos corredores do Senado que a ministra Rosa Weber teria usado a reta final de sua presidência no STF para tratar de temas que estão sendo discutidos no Legislativo.
O STF reagiu, e o novo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, defendeu o papel do Supremo na defesa da ordem democrática.
Ontem (5), num gesto de aproximação e para tentar minimizar os desgastes entre os Poderes, o presidente do Senado —acompanhado de Alcolumbre— foi até o STF para a sessão de homenagem aos 35 anos da Constituição Federal.
E, é sempre bom lembrar, a Constituição prega harmonia e independência entre os três Poderes.
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