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'Enxergo com horror', diz Barroso sobre assassinato de médicos

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso Imagem: Fellipe Sampaio /SCO/STF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/10/2023 16h22

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, disse que enxerga "com horror" o assassinato dos três médicos em quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na madrugada de ontem.

O que aconteceu

No Rio de Janeiro, Barroso falou com jornalistas e comentou o caso: "Eu enxergo como qualquer cidadão, com horror da violência no país".

O presidente do Supremo também disse que a reação à criminalidade organizada e a retomada de espaços são "decisivos" na realidade brasileira. Barroso falou ainda que acredita que o ministro da Justiça, Flávio Dino, e as demais autoridades vão tomar providências.

Castro repudia crime 'por engano'; apuração continua

Castro repudiou que os assassinatos tenham sido um "engano". "Que a gente possa entender, sobretudo após as imagens que assistimos, o treinamento de guerra combinado com a falta mínima de pudor dessas organizações criminosas, que fazem um ataque cruel por engano, que não existe 'por engano'. As investigações continuam. Não vamos parar por aqui. Não é porque acharam corpos que as investigações vão parar", disse em entrevista coletiva nesta sexta (6).

O governador afirmou também que casos como esse devem parar de ser tratados como "pontuais". Ele defendeu que episódios exigem um "combate de todos". "Não estamos mais falando de confronto entre milicianos. Estamos falando de uma verdadeira máfia que vem se expandindo cada dia mais em todo o território nacional", acrescentou.

Não retrocederemos um milímetro sequer para esses grupos criminosos, para essas máfias. E contamos com todas as instituições. Essa não é uma missão apenas da Polícia Civil ou da Polícia Militar. Essa responsabilidade é de todos.
Claudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro

Como foi o crime

Quatro médicos foram atingidos por tiros enquanto estavam em um quiosque. Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que os homens descem de um carro branco, correm em direção aos médicos e disparam contra eles.

Três deles morreram e um ficou ferido. Daniel Sonnewend Proença, único sobrevivente, está lúcido e respira sem a ajuda de aparelhos, segundo boletim médico. Em vídeo gravado hoje, ele disse estar bem e só ter algumas fraturas.

Quem matou os médicos

A suspeita é de que os médicos teriam sido assassinados por integrantes de uma milícia que se aproximou do Comando Vermelho.

Philip Motta Pereira, vulgo Lesk, e Ryan Nunes de Almeida estariam entre os suspeitos e foram encontrados mortos ontem dentro de um carro. Outros dois corpos foram localizados pela polícia, mas ainda não identificados. A investigação apura se a morte ocorreu a mando do Comando Vermelho.

Quem são os médicos

Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Formado em medicina pela Universidade do Oeste Paulista, ele era especializado em traumatologia, em cirurgia do pé e tornozelo. Ele foi socorrido a um hospital, mas não resistiu.

Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Ele morreu no local do crime e faria aniversário na próxima semana.

Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos, era formado em medicina pelo Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia e especializado em cirurgia do pé e tornozelo. Ele teria sido confundido com um miliciano.

Daniel Sonnewend Proença, 33, é especializado em cirurgia do tornozelo e do pé. Ele está internado em um hospital particular após ser atingido por ao menos três tiros. É o único sobrevivente.

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