'Ele estava encantado e ansioso pelo congresso', diz amigo de médico morto
O médico Perseu Ribeiro Almeida trocou mensagens pelo Instagram com um amigo que mora no Rio horas antes de ser morto a tiros com outros dois colegas em um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense.
A Polícia Civil suspeita que Almeida era o alvo da ação por ter sido confundido com um miliciano.
O que diz o amigo da vítima
O fisioterapeuta Vinicius Macedo Amparo disse que a troca de mensagens ocorreu após ele ver uma foto de Perseu no quiosque na Barra da Tijuca. "Eu vi a postagem e perguntei: 'Você já chegou na cidade?' Ele respondeu que sim, com um joinha", contou.
Outra conversa aconteceu cerca de 20 dias antes de o médico Almeida viajar para o Rio. Ele estava ansioso para participar do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e do Tornozelo, que começou ontem.
Vi ele encantado, agraciado e com vontade a aprender mais ainda. Era um congresso internacional que ele estava desejando há muito tempo. Agora era a chance dele.
Vinicius Macedo Amparo, fisioterapeuta
Amparo, que se mudou no começo deste ano para o Rio, esteve na noite de ontem na Delegacia de Homicídios da Capital para retirar a mala com os pertences do amigo. De lá, foi ao IML, de onde o corpo será levado para Ipiaú, cidade no interior baiano onde ocorrerá o enterro.
Ele morava numa cidade pequena, com menos de 60 mil moradores. As pessoas estão perplexas com o que aconteceu. O Perseu era uma pessoa muito querida.
Vinicius Macedo Amparo
Os outros mortos são os ortopedistas Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf de Souza Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). A quarta vítima, Daniel Sonnewend Proença, está em estado estável no Hospital Municipal Lourenço Jorge.
Como estão as investigações
Almeida, 33, teria sido confundido com Taillon Barbosa, acusado de integrar uma milícia da zona oeste do Rio. Em dezembro de 2020, o Ministério Público denunciou o homem de 26 anos por liderar um grupo que atuava na região de Rio das Pedras, Muzema e áreas próximas.
Os assassinos teriam ido ao "quiosque errado" para executar as vítimas. Segundo apurou o UOL, os bandidos tinham a informação de que Taillon frequentava o "Quiosque do Naná", reduto da milícia da qual ele faz parte.
O informante diz aos bandidos, em áudio obtido pelo UOL, que os alvos da milícia estariam no "Quiosque do Naná 2", que fica a menos de 100 metros do "Quiosque do Naná". Mas quem estava lá eram os médicos, sendo que Almeida era fisicamente parecido com Taillon.
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