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Após fim das 'saidinhas', Flávio Bolsonaro quer redução da maioridade penal

Do UOL, em Brasília

21/02/2024 04h00Atualizada em 21/02/2024 06h59

Relator do projeto que acaba com as "saidinhas" de presos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) aposta na agenda de segurança pública para se manter nos holofotes. Entre outras propostas, planeja discutir a redução da maioridade penal. Mas a cúpula do Senado não prevê dar a ele esse protagonismo.

O que aconteceu

Flávio pediu para ser relator de dois projetos na Comissão de Segurança Pública do Senado. O primeiro fala sobre colocar tornozeleira eletrônica em agressores de mulheres. A proposta tem potencial de manter o nome do senador em alta. O outro é sobre o Ministério Público poder fechar acordos com investigados, a chamada persecução penal.

O parlamentar também deseja liderar a discussão sobre reduzir a maioridade penal. Flávio afirmou que o tema está em debate há décadas no Congresso e precisa ser encarado.

O assunto é central na agenda do bolsonarismo para a segurança pública. Foi bandeira de campanha de muitos parlamentares eleitos, principalmente os ligados às carreiras policiais e militares.

Ele vê três possibilidades para encaminhar o assunto. Definir qual caminho a seguir seria a primeira tarefa a ser tomada para a tramitação.

  • Diminuir a idade penal para 16 anos;
  • Não existir mais idade penal; ou
  • Condenar menores de 16 anos que cometem crime hediondo a penas de adultos.

Acabei de pedir aqui a relatoria de dois projetos na Comissão de Segurança Pública. Um que trata do monitoramento eletrônico dos agressores de mulheres. O outro sobre o aperfeiçoamento do acordo de não persecução penal.
Senador Flávio Bolsonaro

Câmera de vigilância mostra instante seguinte a PM ser baleado Imagem: Reprodução Instagram

Protagonismo com fim das 'saidinhas'

Flávio ficou em evidência na relatoria do projeto do fim das "saidinhas". Ele foi o responsável pela proposta na Comissão de Segurança Pública e na votação em plenário. O texto foi aprovado ontem.

Durante a tramitação, o assunto mobilizou eleitores e as redes sociais. O motivo foi o assassinato do policial militar Roger Dias da Cunha no começo janeiro. O sargento foi morto por um detento que recebeu o benefício no final do ano.

O PL ainda expôs a posição oposta do PT e incensou o bolsonarismo. Flávio diz acreditar que o presidente Lula vai vetar o fim das "saidinhas" —que ainda precisa passar novamente na Câmara porque o texto sofreu alterações.

Cúpula está contra planos

Os planos de Flávio devem esbarrar na cúpula do Senado. O UOL apurou que ele só foi relator na votação no plenário, que tem muito mais visibilidade, porque fora o nome escolhido nas comissões.

A esquerda ficou bastante descontente com a situação. O cenário torna pouco provável que Flávio volte a capitanear um projeto de repercussão.

O pacote da direita para a segurança pública também tem pequena possibilidade de evoluir. A exceção foi o fim das "saidinhas", que foi um aceno à direita de Davi Alcolumbre (União-AP), candidato a suceder Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na presidência do Senado. Além disso, ganhava relevância com o eleitorado mineiro de Pacheco após a morte do policial em seu estado.

A proposta de redução da maioridade penal nem teria clima para entrar em discussão. Além disso, caso o assunto seja debatido, o relator não seria Flávio Bolsonaro. A intenção seria optar por um senador mais ponderado.

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