Conteúdo publicado há 10 meses

Pacheco pede retratação de Lula após 'fala equivocada' sobre Israel

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu o presidente Lula em meio à polêmica diplomática com Israel, mas chamou de "equivocada" a fala do petista que comparou as mortes ocorridas em Gaza com o Holocausto.

O que aconteceu

Rodrigo Pacheco disse que o Senado Federal está "certo de que essa fala equivocada não representa o verdadeiro propósito de Lula, que é um líder global conhecido por estabelecer diálogos". Por esse motivo, ressaltou o presidente da Casa, seria "adequado" que o petista faça uma "retratação" por suas declarações, para focar na resolução do atual conflito entre Israel e a Palestina.

O Senado não compactua com as afirmações que compararam a ação militar que está ocorrendo na região neste momento com o Holocausto [...] governo brasileiro é mundialmente conhecido por sua diplomacia moderada, então devemos mostrar nossa influência, nossa contribuição, para a pacificação do conflito de modo equilibrado.
-- Rodrigo Pacheco, presidente do Senado

Pacheco afirmou que "acompanha com grande preocupação" a guerra em Gaza e disse "clamar pela cessação das hostilidades". O presidente do Senado afirmou repudiar o ataque de Hamas a Israel em 7 de outubro, mas também rechaçou o que chamou de "reações desproporcionais e o uso da violência irracional" do estado judeu contra os palestinos. Ainda, ele defendeu a coexistência pacífica das duas nações, uma de Israel e outro da Palestina.

"Os judeus, e sua história, assim como os palestinos, merecem o mais absoluto respeito, e este Senado Federal clama pela paz entre as nações", disse Pacheco. "A solução para o conflito passa, necessariamente, pelo cumprimento dos tratados de direitos humanos e pelos mecanismos multilaterais de solução de controvérsias, sempre respeitando a memória histórica dos povos envolvidos", concluiu.

Israel cobra desculpas e ironiza Lula e o Brasil

Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, voltou a cobrar desculpas de Lula. Ele também disse que o presidente do Brasil deu "cuspe no rosto de judeus brasileiros" com afirmações sobre guerra.

"Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas", disse Katz ao marcar o perfil do presidente brasileiro em mensagem em português publicada no X (o antigo Twitter).

Depois, o governo de Israel ironizou Lula e o Brasil em publicação nas redes sociais. A conta oficial é gerenciada pelo ministério das Relações Exteriores de Israel.

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O perfil usou uma publicação que questiona "o que vem à sua mente quando você pensa no Brasil?" para iniciar o debate. A publicação do governo de Benjamin Netanyahu responde e questiona: "Antes ou depois de Lula ter negado o Holocausto?". Em 2010, o presidente Lula visitou o Museu do Holocausto, em Israel.

O ministro Paulo Pimenta, da Secom, rebateu o chanceler israelense Israel Katz e disse que ele "distribui conteúdo falso" sobre o presidente Lula.

Falas de Lula

Presidente comparou ações de Israel em Gaza com o Holocausto. As declarações foram feitas no domingo (18), durante coletiva, após Lula participar da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia. "O Brasil condenou o Hamas, mas não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo", disse (assista abaixo).

Fala gerou forte reação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O premiê de Israel descreveu os comentários como "vergonhosos e graves", acusando Lula de banalizar o Holocausto e ofender o povo judeu. "Fazer comparações entre Israel, os nazistas e [Adolf] Hitler é cruzar uma linha vermelha", disse Netanyahu em comunicado.

Israel agora considera Lula como 'persona non grata'. O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, disse na segunda-feira (19) que Lula não será bem-vindo até que se retrate pelos comentários feitos sobre a guerra. "Não vamos esquecer, nem perdoar. Trata-se de um grave ataque antissemita", declarou.

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O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus. (...) O Brasil continua solidário ao povo palestino. O Brasil condenou o Hamas, mas não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza.
Lula, em coletiva

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