OPINIÃO
Maierovitch: PF tem na manga acareação entre Mauro Cid e Freire Gomes
Colaboração para o UOL, em São Paulo
11/03/2024 12h07
Para elucidar detalhes sobre a trama golpista, a Polícia Federal tem como trunfo colocar frente a frente Mauro Cid e o general e ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, afirmou o jurista e colunista do UOL Wálter Maierovitch ao UOL News de hoje (11).
A Polícia Federal tem na manga do colete uma acareação entre Mauro Cid e o general Freire Gomes.
É possível uma acareação entre um colaborador de Justiça e uma testemunha? Sim, é possível, quer na fase policial, quer na processual. Cid ainda tem que confirmar o que disse no processo, perante o juiz e sob o crivo do contraditório. Ele também tem que prestar outros depoimentos e esclarecimentos que forem aparecendo.
Essa acareação é plenamente possível. No Direito Internacional, há uma jurisprudência sobre isso. São os casos de máfia, nos quais foram acareados colaboradores de Justiça e testemunhas sem qualquer tipo de problema, porque o objetivo do processo é a busca da verdade. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
Maierovitch explicou que Cid precisa fornecer mais detalhes em seu novo depoimento à PF, marcado para hoje à tarde, sob risco de rompimento do acordo de delação premiada caso se comprove que ele mentiu ou ocultou provas.
Mauro Cid não pode 'bancar o espertinho' para se omitir e ficar com reticências. Ele se dará muito mal se isso acontecer.
Não dá para se dar um prêmio e nem ele merece um, por tudo o que fez, de ficar imune. O Direito Penal tem que dar exemplo. A pena é um exemplo. Evidentemente, ele terá que ser sancionado de alguma forma. Essa história de sair livre, leve e solto vai comprometer muito a imagem da Justiça. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
O que aconteceu
O tenente-coronel Mauro Cid presta novo depoimento à PF hoje sobre a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder.
A nova oitiva acontece após o general Marco Antônio Freire Gomes falar. O ex-comandante do Exército prestou um depoimento de quase oito horas na sede da PF no último dia 1º. Um ministro da Suprema Corte considerou o relato "mais valioso do que uma delação", segundo o colunista do UOL Josias de Souza.
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