OPINIÃO
Tales: Ex-comandante da Marinha seguirá caminho da prisão com Bolsonaro
Colaboração para o UOL, em São Paulo
15/03/2024 12h58
Por abraçar de prontidão a trama golpista de Jair Bolsonaro, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier acompanhará o ex-presidente no caminho para a prisão, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta sexta (15).
O ex-comandante da Marinha [almirante Almir Garnier] vai seguir o caminho do Bolsonaro, que é o da prisão. Eles estão absolutamente imantados para serem puxados para as grades da cadeia, junto com os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto. Com isso tudo, não tem mais como: vão acabar na cadeia.
Revelou-se toda a situação. Agora são detalhes apenas que o ministro Alexandre de Moraes está recolhendo para tornar mais robusta a denúncia. Isso tudo mostra que foi um grande erro do Exército lá atrás de fazer um acordo contra o então tenente Bolsonaro, acusado de explodir bombas na vila militar. Aquele perdão foi muito danoso porque permitiu que a serpente crescesse. Tales Faria, colunista do UOL
Tales exaltou os depoimentos dos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Júnior, como evidências claras das intenções golpistas de Bolsonaro.
[Os depoimentos] Mostram que Freire Gomes lavou a biografia dele. Ele entregou tudo e pôs por terra os argumentos da defesa de que Bolsonaro apenas teria pensado em golpe. Pelo depoimento dele e do Baptista Júnior, Bolsonaro não só tentou convencer os comandantes militares como insistiu na preparação do golpe, mesmo depois de dizerem que não queriam.
Freire Gomes não falou isso [que ameaçou prender Bolsonaro] no depoimento dele, segundo os militares, porque não é do perfil dele ficar se vangloriando e falar muito de si mesmo. O que não ficou claro é se Anderson Torres participou de alguma reunião com os militares. Freire Gomes disse que a minuta era a mesma e Torres era quem dava base jurídica para a tentativa de golpe. Tales Faria, colunista do UOL
Reale Jr: Conjunto da obra mostra que Bolsonaro organizou golpe de 8/1
O jurista Miguel Reale Jr afirmou que todo o contexto que levou aos atos de 8 de janeiro coloca Bolsonaro no centro da organização da trama golpista. O jurista disse que a análise isolada da reunião ministerial com teor golpista revela apenas a intenção do ex-presidente, e por isso todos os desdobramentos dela devem ser levados em consideração para legitimar a acusação de tentativa de golpe.
Quando Bolsonaro não teve apoio do Exército e nem da Aeronáutica e ficou com os fuzileiros navais, mas não houve concretização, de quem ele se vale? Da Polícia Militar do Distrito Federal. O conjunto da obra se reforça claramente a sua intencionalidade, sua participação no que aconteceu no 8/1 e leva claramente a que o Bolsonaro não era meramente um assistente distante dos preparativos do golpe. Miguel Reale Jr., jurista
Bolsonaro trai a pátria ao propor golpe para atender desejo de poder, diz jurista
Reale Jr. classificou o ex-presidente como "traidor da pátria" pelas evidências de que tentou aplicar um golpe de Estado para se perpetuar no poder.
O juízo que deve ser feito de Bolsonaro é moral e político. Não preciso do juízo criminal forçando a barra para a caracterização de crime onde não há ato de execução para diminuir Bolsonaro. Ele se diminuiu mais ainda. É efetivamente um traidor. É a figura que trai a pátria para atender seus desejos de poder. Miguel Reale Jr., jurista
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