CNJ afasta juíza Gabriela Hardt e três desembargadores do TRF-4
O corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, determinou nessa segunda-feira (15) o afastamento da juíza federal Gabriela Hardt, que atuou na operação Lava Jato, e de três desembargadores do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
O que aconteceu
Salomão afastou Hardt e os desembargadores Carlos Eduardo Thompson, Loraci Flores de Lima e Danilo Pereira Júnior. As decisões sobre o afastamento dos quatro, publicadas hoje, deverão ser analisadas amanhã (16) pelo plenário do CNJ.
Hardt responde a um processo disciplinar no CNJ ao lado do senador Sergio Moro (União-PR). Os dois são suspeitos de "diversas irregularidades e ilegalidades" na destinação de mais de R$ 5 bilhões recuperados pela Lava Jato em acordos de delação e leniência.
O CNJ apura se a Lava Jato destinou "valores públicos a interesses privados". Segundo a decisão que afastou Hardt, a juíza burlou regras para que a Petrobras pudesse firmar, em janeiro de 2019, um acordo que destinaria R$ 2,5 bilhões a um fundo que seria administrado pela força-tarefa da Lava Jato.
Os desembargadores do TRF-4 foram afastados por uma decisão do ano passado. Em setembro, quando integravam a 8ª Turma do tribunal, os três declararam a suspeição do juiz Eduardo Appio, que também conduziu ações da Lava Jato. Segundo o presidente do CNJ, os desembargadores desobedeceram o STF (Supremo Tribunal Federal) com essa medida.
É bem verdade que a denominada Operação Lava Jato desbaratou um dos maiores esquemas de corrupção do país (...) No entanto, constatou-se - com enorme frustração - que, em dado momento, tal como apurado no curso dos trabalhos, a ideia de combate a corrupção foi transformada em uma espécie de "cash back" para interesses privados, ao que tudo indica com a chancela e participação dos ora reclamados [Sergio Moro e Gabriela Hardt]
Luis Felipe Salomão, corregedor do CNJ
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