180 foragidos do 8/1 podem estar na Argentina, Uruguai e Paraguai, diz PF

A Polícia Federal afirmou nesta terça-feira (11), que há cerca de 180 envolvidos nos ataques de 8 de janeiro foragidos e que poderiam estar em outros países da América Latina como Argentina, Uruguai e Paraguai.

O que aconteceu

O diretor de combate ao crime organizado da PF, delegado Ricardo Saadi mencionou o dado durante café da manhã com jornalistas. Segundo ele, o mapeamento tem sido feito a partir de um diálogo constante com as autoridades policiais dos países vizinhos e o tempo para localizar e extraditar estes fugitivos vai depender da Justiça de cada país.

"Há hoje aproximadamente 180 foragidos, dos quais, boa parte há informações de que poderiam ter ido pro exterior. Alguns eventualmente na Argentina, alguns eventualmente no Uruguai, alguns no Paraguai, alguns eventualmente no Brasil. Há uma cooperação fluida entre a PF e as polícias desses países. O tempo de eventual localização e prisão depende de cada país", afirmou Saadi.

Ele participou do café da manhã com jornalistas junto com o diretor-geral da PF, Andrei Passos e com o coordenador-geral de cooperação internacional da PF, delegado João Vianey Xavier Filho. Eles, porém evitaram dar mais detalhes sobre os números de foragidos em cada país com o argumento de que essa informação poderia prejudicar o trabalho de mapeamento que vem sendo feito.

Números incluem foragidos além dos que foram alvos de operação na semana passada. Segundo os representantes da PF, esse número de 180 foragidos representa o total de pessoas envolvidas no 8 de janeiro que a corporação tenta localizar. Na semana passada a PF deflagrou uma operação contra 208 foragidos e conseguiu prender até o momento 50 deles.

PF já acionou a Ameripol. Organismo de cooperação de polícias de 30 países do continente americano está auxiliando a PF a mapear os foragidos e a realizar os procedimentos para a extradição deles. Além disso, como revelou o UOL, a PF deve pedir nos próximos dias a extradição de brasileiros que estão foragidos na Argentina.

Suposta proteção do governo Milei

Responsável pela cooperação internacional, João Vianey disse desconhecer proteção do governo Milei a fugitivos brasileiros. Questionado se o país vizinho estaria protegendo as pessoas que foram para lá, ele saiu em defesa da cooperação com o país vizinho e disse "desconhecer" a informação:

"Desconheço essa informação e não está na nossa experiência eventual obstáculo da atividade policial. Ela, na verdade, está seguindo a lógica que segue há anos e, na minha experiência pessoal, ela é muito positiva com as polícias argentinas e autoridades migratórias", afirmou Vianey.

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Fuga de manifestantes para Argentina foi revelada pelo UOL. Reportagem de maio revelou que vários envolvidos no 8 de janeiro quebraram suas tornozeleiras eletrônicas e tentaram fugir para o país vizinho. Após o caso vir à tona, a PF deflagrou uma operação na semana passada para prender novamente os fugitivos.

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