Reinaldo: Lira acerta ao propor punir deputados por brigas; virou baixaria
O colunista Reinaldo Azevedo afirmou no Olha Aqui! desta quarta (12) que o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), acertou ao propor punição a parlamentares que protagonizam cenas de briga no ambiente legislativo. Segundo ele, medidas são necessárias para acabar com o desrespeito sistemático às regras de convivência.
Ele fez um projeto de resolução com urgência aprovada para que haja medidas cautelares, isto é, provisórias, para afastamentos, inclusive, de mandato de comissão. E depois tem que ter o referendo do Conselho de Ética para que valha por um determinado tempo. (...) Não há, na Câmara, respeito às regras do jogo. A coisa fugiu de qualquer razoabilidade. Lira anunciou que a Polícia Legislativa não vai mais separar briga. E achei bom. 'É o seguinte: vocês querem brigar? Vai ter briga'. A Polícia Legislativa, disse ele, vai atuar contra ameaças externas. Vai ter o 'Olha que eu te pego'. Então, pega. (...) O Lira fez ontem uma crítica velada ao Conselho de Ética que tem tolerado certos comportamentos que são intoleráveis. A Câmara, uma escaramuça ou outra sempre houve, agora, essa baixaria sistemática nós sabemos muito bem quando começou. Quando começou, com quem começou e com que corrente de pensamento. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
Reinaldo afirmou que a extrema direita é o grupo que mais protagoniza a desordem no Congresso.
Não são os progressistas, ou posso ser menos genérico, não são as esquerdas a provocar confusão. Com alguma frequência, quando isso acontece, são agressões nojentas que vêm dessa gente, que saltou da militância das redes sociais pro Congresso Nacional. Câmara e, hoje, até Senado. Era muito raro acontecer um confronto no Senado. (...) Agora, a Câmara, definitivamente, virou um ambiente que degrada a instituição. É um ataque à instituição. Quando o Lira fala: 'O deputado vai sem terno e gravata pra comissão', insisto, não é uma mera formalidade. Ele está dizendo 'Não está nem aí para a instituição'. De maneira alguma, nem no comportamento, nem na vestimenta, nem em nada. Deputados que muitas vezes não pertencem a uma determinada comissão lá vão só pra criar caso, criar conflito.
Eu defendo que se crie um disciplinamento, uma vez que no Conselho de Ética - nós estamos vendo - não está acontecendo nada. (...) Alguma coisa precisa ser feita. A Câmara não pode ser isso. Ou pode? Ou é razoável? Por isso eu gostei - acho que vai ser uma medida de contenção - o Lira dizer: 'A Polícia Legislativa não vai mais atuar. Vocês querem se bater? Se batam'. Porque também parte dessa temperatura vai subindo, porque ele sabe que na hora da porrada não vai ter porrada, a polícia segura. Acho que o Lira está certo, tem de coibir. Precisa estudar a medida, se a medida for cerceadora da liberdade de expressão, da liberdade do deputado, não vou concordar. Mas, me parece que não seja isso. E quanto a 'Troquem porrada à vontade', eu acho que é ok. Se é isso que querem, Polícia Legislativa não toca mais em deputado. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
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