TCU manda MDH investigar sumiço de lista de presentes recebidos por Damares
O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou que o MDH (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania) investigue o desaparecimento de uma lista de presentes que foram entregues para Damares Alves (Republicanos-DF) quando ela geria o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (nome da pasta na gestão Jair Bolsonaro (PL). Damares nega irregularidades e diz que o documento sumiu na gestão Lula (PT).
O que aconteceu
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) acusa a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) de dar "sumiço" em uma lista de presentes que recebeu enquanto foi ministra.
Em março de 2023, a deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) abriu uma representação para recuperar a lista que foi apagada do sistema do Ministério por uma servidora que foi exonerada.
Ninguém sabe o que são os presentes. A representação da deputada foi encaminhada ao TCU (Tribunal de Contas da União) sem a lista dos supostos presentes. Segundo Luciene, além da exclusão dos registros dos objetos, eles também não foram encontrados no Ministério. Ao UOL, Damares contou que em sua gestão só recebeu pinturas dela, comida, flores e artesanato.
O TCU arquivou o processo. Após um ano e meio da abertura da representação, o TCU determinou que o paradeiro da lista de presentes deve ser investigado pelo próprio Ministério. O UOL questionou o MDH sobre se a investigação foi iniciada e aguarda retorno.
Para a deputada Luciene Cavalcante, o sumiço da lista é um indicativo de que algo similar ao caso das joias sauditas pode ter ocorrido durante a gestão de Damares. "Ingressamos com representação no TCU pela gravidade dos fatos e pelas inúmeras perguntas que surgiram", disse ela, ao UOL. "Após arquivamento, iremos procurar a PGR e a PF."
Por que que apagou a lista de presentes? O que está por trás disso? Todo servidor público tem o dever de zelar pelo erário público, pelo patrimônio público. Ele não pode atuar contra a população, e no caso, é relacionado a um esquema de sumiço de provas, que estão sendo investigadas, como é o caso das joias também, que inclusive também foi acionado pelo nosso mandato no TCU.
deputada federal Luciene Cavalcante
Gleisi e Damares trocam acusações na internet
A presidente do PT (Partido dos Trabalhadores) Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para falar que a senadora está "na mira do TCU". Ela também fez referência ao sumiço das joias. "Parece que não era só o chefe que tinha essa compulsão por se apropriar do que nunca foi dele, mas do estado."
Agora é a Damares que está na mira do TCU pelo sumiço da lista de presentes que recebeu quando era ministra do inelegível. Parece que não era só o chefe que tinha essa compulsão por se apropriar do que nunca foi dele, mas do estado
-- Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 16, 2024
Incomodada com a acusação, Damares respondeu que o documento sumiu na gestão do PT. A senadora do republicanos aproveitou a situação para chamar Gleisi de "presidente do Partido das Trevas" e alertou que o processo foi arquivado pelo TCU por falta de provas.
A assessoria de Damares afirmou que ela está abrindo uma representação contra Gleisi Hoffmann por denunciação caluniosa e que nunca recebeu presentes de alto valor durante a sua gestão. "Ela mentiu descaradamente para movimentar essa horda esquerdista contra mim", disse a senadora. "Querem calar as conservadoras. Mas esse tipo de ação orquestrada não nos intimida."
A senadora do Republicanos afirmou que vai exigir que Silvio Almeida, que ocupa a gestão do MDH, se explique. "Quem deve explicação, portanto, é o atual ministro, uma vez que este documento estava sob guarda dele", respondeu ela, no X (antigo Twitter).
A presidente do Partido das Trevas mais uma vez espalhando notícia falsa. Na verdade, o TCU arquivou processo aberto pelo desgoverno porque não havia qualquer materialidade contra mim.
-- Damares Alves (@DamaresAlves) July 17, 2024
Mas vamos aos fatos. Deixei de ser ministra em abril de 2022. A lista de presentes? https://t.co/N4o8Z6cmfC
O UOL tentou contato com o MDH, mas não tivemos respostas até o fechamento dessa reportagem. O espaço segue aberto.
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