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Lula pede no Chile transparência e diálogo sobre Venezuela

Do UOL, em São Paulo

05/08/2024 15h56Atualizada em 05/08/2024 15h56

O presidente Lula (PT) pediu nesta segunda-feira (5), em viagem ao Chile, que haja "transparência dos resultados" eleitorais na Venezuela. Em pronunciamento, Lula defendeu "diálogo" e entendimento entre governo e oposição no país vizinho.

O que aconteceu

Lula citou a crise venezuelana em pronunciamento ao lado do presidente Gabriel Boric. O petista, que chegou ao Chile no último domingo (4), afirmou que tratou com Boric das articulações que tem feito com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, López Obrador, "em relação ao processo político venezuelano", mas não deu detalhes.

O presidente não disse se o Brasil reconhecerá ou não a reeleição de Nicolás Maduro. Ele afirmou que "o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados", mas não esclareceu se tomará novas medidas para cobrar esclarecimentos das autoridades venezuelanas.

Lula defendeu "entendimento entre governo e oposição" na Venezuela. Ele afirmou que o Brasil quer "conclamar as partes ao diálogo" após o resultado das eleições, em 28 de julho, que foi seguido por protestos nas ruas e repressão policial.

Até o momento, o Brasil não reconheceu nem refutou o resultado. Na semana passada, o Planalto pediu que o regime chavista apresentasse as atas que comprovariam a vitória de Maduro, mas não definiu até quando vai esperar por respostas. No sábado (3), sete países da União Europeia pediram que as autoridades "publiquem rapidamente todos os registros".

Na primeira vez em que comentou as eleições, Lula declarou que o pleito "não tem nada de grave, nada de anormal". O petista afirmou que a oosição tem o direito de contestar o resultado na Justiça, algo que é visto com ceticismo devido ao alinhamento do Judiciário venezuelano com o regime chavista.

Desde o anúncio do resultado eleitoral, a Venezuela vive uma escalada das tensões. Organizações independentes venezuelanas afirmam que os atos são repreendidos pelas forças de segurança com prisões e mortes. Maduro disse que cerca de 2.000 pessoas já foram detidas e serão mantidas em duas prisões de segurança máxima.

Também expus as iniciativas que tenho empreendido com os presidentes Gustavo Petro e López Obrador em relação ao processo político venezuelano. O respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é o que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição.
Lula hoje no Chile

Lula fica no Chile até amanhã

Lula terá encontros com autoridades e empresários chilenos. O petista deverá visitar os presidentes da Corte Suprema, do Senado e da Câmara dos Deputados do país, além de receber representantes do grupo Latam e o secretário-executivo da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe). No fim da tarde, Lula e Boric vão encerrar um fórum empresarial organizado pela Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

A agenda de Lula no país se encerra amanhã (6). O presidente tem encontros previstos com a prefeita de Santiago, Irací Hassler, e com o ex-presidente chileno Ricardo Lagos. O retorno ao Brasil está previsto para o início da tarde.

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