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Ex-chefes mundiais cobram que Lula faça pressão contra eleição na Venezuela

Ex-chefes mundiais enviaram uma carta ao presidente Lula (PT) para cobrar que o petista faça pressão contra a eleição na Venezuela.

O que aconteceu

Ex-líderes pediram que Lula "reafirme compromisso com democracia" e pressione Caracas. Carta é assinada por 30 ex-chefes de Estado e governo, membros da Idea (Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas). O grupo é composto por 37 ex-líderes mundiais e, entre os que assinaram o documento, estão os ex-presidentes Maurício Macri, da Argentina, Álvaro Uribe e Iván Duque, da Colômbia, e Guillermo Lasso, do Equador.

Documento fez duras críticas a Nicolás Maduro. "A evidente usurpação da soberania popular que Nicolás Maduro Moros realizou, em conluio com os poderes do Estado que estão a seu serviço e sob seu controle, é feita com desprezo pela verdade eleitoral para se perpetuar no exercício do poder e afirmá-lo por meio de uma política de Estado repressiva e de violação generalizada e sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos", diz a carta.

Mensagem diz que atual situação na Venezuela é "um escândalo". "Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços que continuam a ser feitos com tanto sacrifício nas Américas para defender a tríade da democracia, do estado e dos direitos humanos. Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu país".

Os signatários afirmam que o vencedor das eleições foi Edmundo González Urrutia, candidato da oposição. Na carta enviada a Lula, o grupo se diz porta-voz da maioria dos venezuelanos, e também cita o número de prisões, torturas, desaparecimentos e mortes de pessoas que defendem seu direito ao voto.

Governo brasileiro não reconheceu nem refutou o resultado eleitoral na Venezuela. O Planalto pediu que as atas que comprovariam a vitória de Maduro sejam apresentadas pelo regime chavista, embora não tenha definido até quando vai esperar por respostas. Sete países da União Europeia fizeram o mesmo no sábado (3), pedindo que as autoridades venezuelanas "publiquem rapidamente todos os registros".

Apesar da posição oficial do governo, Lula disse nesta semana que "não tem nada de grave, nada de anormal" na disputa. O presidente também afirmou na ocasião que todos têm a obrigação de reconhecer o resultado das eleições quando as atas forem apresentadas.

Desde o anúncio do resultado eleitoral, o país vizinho vive escalada da tensão com protestos internos. Organizações independentes venezuelanas afirmam que os protestos são repreendidos pelas forças de segurança com prisões e mortes. Maduro disse que cerca de 2 mil pessoas já foram detidas e serão mantidas em duas prisões de segurança máxima.

*Com Estadão Conteúdo

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