'Cracolândia': Prefeitura pede para apoiar acusação no caso da GCM
A Procuradoria Geral do Município de São Paulo solicitou à Justiça o compartilhamento de dados relativos ao caso dos membros da GCM (Guardas Civil Metropolitana) suspeitos de cobrarem por segurança privada na região conhecida como "cracolândia", no centro da cidade.
O que aconteceu?
O pedido foi enviado nesta sexta (9). No documento, os procuradores Marina Martines e Makarius Sepetauskas afirmam que a prefeitura abriu um procedimento interno com os objetivos de analisar a possibilidade de ingressar como assistente de acusação no processo relativo ao caso e de verificar a eventual "prática de atos de improbidade administrativa".
Três guardas são suspeitos de envolvimento nas extorsões. Dois homens e uma mulher são citados no texto pela procuradoria. Além deles, um ex-servidor municipal também é mencionado.
Suspeita é que agentes extorquiam comerciantes em troca de proteção contra roubos praticados por dependentes químicos. Na última terça (6), Governo do Estado, Prefeitura de São Paulo e outros órgãos realizaram uma operação que teve como alvo o grupo e outros integrantes do crime organizado que atuavam na região.
"Desconheço milícia", disse prefeito
Ricardo Nunes (MDB) negou que exista um grupo paramilitar na região central da capital paulista infiltrado na GCM. "Temos guardas que dedicam as suas vidas para defender o cidadão. Há o caso de dois GCMs que já foram expulsos. Faço questão de defender a corporação", afirmou ele.
Nos bastidores, autoridades admitem semelhança das atividades reveladas hoje com milícias cariocas.Entretanto, eles frisam que os grupos criminosos que foram alvo da operação não atuam com o mesmo nível de infiltração na máquina pública que as quadrilhas do estado do Rio.
"Não vai ser 1, 2, 3, 4 ou 5 que vão manchar a reputação de 7.000 guardas", disse prefeito. Em entrevista coletiva com outras autoridades no Copom (Centro de Operações da Policia Militar) na última terça, o prefeito disse que defende 100% a GCM.
A operação na "cracolândia" ocorre a menos de dois meses da eleição. Segundo o governo estadual paulista, sete mandados de prisão foram emitidos, além de 117 de busca e apreensão, 46 de sequestro e bloqueio de bens — além da determinação da suspensão da atividade econômica de 44 prédios comerciais.
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