5 coisas para entender o preço inflado da comida dada à população de rua
1. A Prefeitura de São Paulo está pagando preços inflados por produtos como água, sopa, achocolatado e chá distribuídos à população em situação de rua no âmbito do programa Operação Baixas Temperaturas. Por exemplo, a água de meio litro, que custa R$ 0,77 no varejo, é comprada por R$ 4,11 pelo município, uma diferença de mais de 400%.
2. A empresa Prime Alimentação e Eventos, que pertence a pessoas ligadas ao vereador Rodrigo Goulart (PSD), foi escolhida para fornecer os alimentos, apesar de outras quatro empresas terem apresentado preços mais baixos.
3. Os quatro concorrentes com preços mais baixos foram eliminados no processo de licitação. A Prime foi contratada mesmo com um preço 340% superior ao do concorrente mais barato.
4. A família Ribeiro da Silva, dona da Prime Alimentação, apoia politicamente o vereador Rodrigo Goulart. Em janeiro, Goulart assinou o pedido de abertura de uma CPI para investigar ONGs que prestam auxílio — e fornecem comida gratuitamente — para a população de rua no centro de São Paulo.
5. A prefeitura defende a contratação da Prime Alimentação alegando que a empresa cumpriu todas as exigências do edital. Contudo, não comentou a disparidade dos preços pagos em comparação com o mercado, levantando dúvidas sobre a economicidade do contrato. O vereador Rodrigo Goulart (PSD) disse que tem "uma relação de amizade" com a família Ribeiro da Silva, "mas nenhuma relação com a empresa Prime".
Sobre a CPI, o vereador disse que apenas apoiou a abertura do procedimento, e não foi autor da proposta. Portanto, disse, não faz sentido ligar a contratação da Prime à relação dele com a família dos donos da empresa e à abertura da CPI. A Prime Alimentação foi procurada, mas não respondeu os questionamentos da reportagem.
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