Contra Hugo Motta, centrão abre ala dissidente à sucessão de Lira

Pré-candidatos à presidência da Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Brito (PSD-BA) uniram esforços contra o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), que entrou oficialmente na disputa após o presidente de seu partido, Marcos Pereira (SP), desistir da corrida.

O que aconteceu

Brito e Elmar não querem deixar a disputa. Com a entrada de Motta na corrida eleitoral pelo comando da Casa, esperava-se que os líderes do União Brasil e do PSD desistissem de concorrer para formar uma chapa única em apoio a ele. Ambos, no entanto, decidiram manter suas candidaturas.

Reunião entre presidentes de partidos definiu aliança. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, e do União Brasil, Antônio Rueda, se reuniram ontem em São Paulo, com Elmar para selar o acordo. Não há consenso entre eles sobre o nome de Motta. PSB e PDT, que apoiavam Elmar, devem somar esforços na aliança.

Os dois deputados são líderes dos blocões da Câmara. Embora o apoio entre cada partido não esteja definido, a união entre PP, União Brasil, PSDB/Cidadania, PDT, Avante, Solidariedade e PRD tem 161 parlamentares e estão liderados por Elmar. Já o alinhamento entre MDB, PSD, Republicanos e Podemos somam 147 parlamentares e está sob liderança de Brito.

Motta buscou a "bênção" de Lula e Bolsonaro. O líder do Republicanos esteve com o petista ontem e teria recebido uma sinalização positiva do presidente após defesa de Pereira. Do lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também não houve resistências e houve a promessa de um apoio formal caso Lira indique Motta.

Anúncio do sucessor em banho-maria

O UOL mostrou que, com a suspensão das emendas de comissão, Lira perdeu sua principal sua principal ferramenta de barganha para eleger um sucessor. Havia expectativa de que o presidente da Câmara anunciasse o nome que vai apoiar em agosto, mas, com a crise das emendas e a falta de consenso por um nome, o anúncio acabou sendo postergado.

Elmar esperava ser anunciado por Lira. O líder do União Brasil é amigo pessoal do presidente da Casa e tinha a expectativa de receber o apoio do deputado alagoano.

Motta seria o favorito de Lira para herdar seu capital político. Deputados afirmam que o líder do Republicanos seria o nome preferido de Lira. Os dois têm uma relação próxima e Motta é considerado um bom articulador para ser o sucessor de Lira.

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