Fim da escala 6x1: Erika diz que obteve apoio para protocolar PEC na Câmara
Do UOL, em São Paulo e Brasília
13/11/2024 10h13Atualizada em 13/11/2024 12h16
A PEC da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) contra a escala 6x1 conseguiu alcançar as 171 assinaturas necessárias para ser protocolada na Câmara, anunciou a deputada na manhã desta quarta-feira (13).
O que aconteceu
Texto está com 194 assinaturas, diz a deputada. Apesar da conquista, o UOL apurou que Erika Hilton avalia se vai protocolar a proposta porque, para avançar ao plenário, ela precisa passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), presidida pela bolsonarista Caroline De Toni (PL-SC).
Erika Hilton e o vereador Rick Azevedo (PSOL), que fundou movimento contra escala 6x1, farão pronunciamento na Câmara. Eles anunciaram uma coletiva no Salão Verde da Casa às 17h desta quarta-feira (13).
A esquerda foi responsável por 61% das assinaturas. Enquanto 119 dos 194 votos saíram de partidos desse espectro político, a direita entregou 32 votos, incluindo um do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Veja como votou cada partido de acordo com a orientação política.
- Erika Hilton (PSOL-SP)
- Reginete Bispo (PT-RS)
- Delegada Adriana Accorsi (PT-GO)
- Túlio Gadêlha (Rede-PE)
- Lindbergh Farias (PT-RJ)
- Fernando Rodolfo (PL-PE)
- Orlando Silva (PCdoB-SP)
- Talíria Petrone (PSOL-RJ)
- Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
- Chico Alencar (PSOL-RJ)
- Célia Xakriabá (PSOL-MG)
- Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ)
- Sâmia Bomfim (PSOL-SP)
- Glauber Braga (PSOL-RJ)
- Tarcísio Motta (PSOL-RJ)
- Jorge Solla (PT-BA)
- Saullo Vianna (União Brasil-AM)
- Professora Luciene Cavalcante (PSOL-SP)
- Douglas Viegas (União Brasil-SP)
- Luiza Erundina (PSOL-SP)
- Luizianne Lins (PT-CE)
- Dorinaldo Malafaia (PDT-AP)
- Meire Serafim (União Brasil-AC)
- Duda Salabert (PDT-MG)
- Dandara (PT-MG)
- Antônia Lúcia (Republicanos-AC)
- Stefano Aguiar (PSD-MG)
- Rogério Correia (PT-MG)
- Ivan Valente (PSOL-SP)
- Marcos Tavares (PDT-RJ)
- Padre João (PT-MG)
- Vicentinho (PT-SP)
- Daiana Santos (PCdoB-RS)
- Nilto Tatto (PT-SP)
- Ana Pimentel (PT-MG)
- Guilherme Boulos (PSOL-SP)
- Fernanda Melchionna (PSOL-RS)
- Dagoberto Nogueira (PSDB-MS)
- Marcon (PT-RS)
- André Janones (Avante-MG)
- Denise Pessôa (PT-RS)
- Carol Dartora (PT-PR)
- Célio Studart (PSD-CE)
- Natália Bonavides (PT-RN)
- Alfredinho (PT-SP)
- Kiko Celeguim (PT-SP)
- Juliana Cardoso (PT-SP)
- Maria Arraes (Solidariedade-PE)
- Márcio Jerry (PCdoB-MA)
- Patrus Ananias (PT-MG)
- Yandra Moura (União Brasil-SE)
- Fernando Mineiro (PT-RN)
- Gleisi Hoffmann (PT-PR)
- João Daniel (PT-SE)
- Camila Jara (PT-MS)
- Washington Quaquá (PT-RJ)
- Luiz Couto (PT-PB)
- Dimas Gadelha (PT-RJ)
- Lídice da Mata (PSB-BA)
- Tadeu Veneri (PT-PR)
- Odair Cunha (PT-MG)
- Waldenor Pereira (PT-BA)
- Reimont (PT-RJ)
- Miguel Ângelo (PT-MG)
- Rubens Otoni (PT-GO)
- Paulão (PT-AL)
- Leonardo Monteiro (PT-MG)
- Erika Kokay (PT-DF)
- Maria do Rosário (PT-RS)
- Alice Portugal (PCdoB-BA)
- Benedita da Silva (PT-RJ)
- Merlong Solano (PT-PI)
- Pedro Campos (PSB-PE)
- Paulo Guedes (PT-MG)
- Jack Rocha (PT-ES)
- Socorro Neri (PP-AC)
- Bacelar (PV-BA)
- Jilmar Tatto (PT-SP)
- Reginaldo Lopes (PT-MG)
- Prof. Reginaldo Veras (PV-DF)
- Duarte Jr. (PSB-MA)
- Welter (PT-PR)
- Valmir Assunção (PT-BA)
- Carlos Zarattini (PT-SP)
- Delegada Katarina (PSD-SE)
- Ana Paula Lima (PT-SC)
- Thiago de Joaldo (PP-SE)
- Pedro Uczai (PT-SC)
- Rafael Brito (MDB-AL)
- Josenildo (PDT-AP)
- Laura Carneiro (PSD-RJ)
- José Airton Félix Cirilo (PT-CE)
- Rubens Pereira Júnior (PT-MA)
- Alexandre Lindenmeyer (PT-RS)
- Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ)
- Max Lemos (PDT-RJ)
- Ruy Carneiro (Podemos-PB)
- Joseildo Ramos (PT-BA)
- Helder Salomão (PT-ES)
- Florentino Neto (PT-PI)
- Clodoaldo Magalhães (PV-PE)
- Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT)
- Bruno Farias (Avante-MG)
- Carlos Veras (PT-PE)
- Airton Faleiro (PT-PA)
- Elisangela Araujo (PT-BA)
- Ricardo Ayres (Republicanos-TO)
- Alencar Santana (PT-SP)
- Bohn Gass (PT-RS)
- Vander Loubet (PT-MS)
- Daniel Almeida (PCdoB-BA)
- Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ)
- Dilvanda Faro (PT-PA)
- Moses Rodrigues (União Brasil-CE)
- Renildo Calheiros (PCdoB-PE)
- Professora Goreth (PDT-AP)
- Marx Beltrão (PP-AL)
- Rui Falcão (PT-SP)
- Idilvan Alencar (PDT-CE)
- Dr. Francisco (PT-PI)
- Pastor Sargento Isidório (Avante-BA)
- José Guimarães (PT-CE)
- Domingos Neto (PSD-CE)
- Zeca Dirceu (PT-PR)
- Elcione Barbalho (MDB-PA)
- Geraldo Resende (PSDB-MS)
- Daniel Barbosa (PP-AL)
- Ivoneide Caetano (PT-BA)
- Flávio Nogueira (PT-PI)
- Keniston Braga (MDB-PA)
- Raimundo Santos (PSD-PA)
- Carlos Henrique Gaguim (União Brasil-TO)
- Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA)
- Tabata Amaral (PSB-SP)
- Josias Gomes (PT-BA)
- Luciano Amaral (PV-AL)
- Weliton Prado (Solidariedade-MG)
- Augusto Puppio (MDB-AP)
- André Figueiredo (PDT-CE)
- Fausto Santos Jr. (União Brasil-AM)
- Amom Mandel (Cidadania-AM)
- Cleber Verde (MDB-MA)
- Felipe Carreras (PSB-PE)
- Gerlen Diniz (PP-AC)
- Leo Prates (PDT-BA)
- Henderson Pinto (MDB-PA)
- Arlindo Chinaglia (PT-SP)
- Roberto Duarte (Republicanos-AC)
- Delegado Bruno Lima (PP-SP)
- Murillo Gouvea (União Brasil-RJ)
- Fernanda Pessoa (União Brasil-CE)
- Pedro Aihara (PRD-MG)
- Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE)
- Andreia Siqueira (MDB-PA)
- Damião Feliciano (União Brasil-PB)
- Renilce Nicodemos (MDB-PA)
- Lucas Ramos (PSB-PE)
- Eduardo Bismarck (PDT-CE)
- Juninho do Pneu (União Brasil-RJ)
- Zezinho Barbary (PP-AC)
- Luciano Vieira (Republicanos-RJ)
- Ricardo Maia (MDB-BA)
- Luciano Ducci (PSB-PR)
- Duda Ramos (MDB-RR)
- Raimundo Costa (Podemos-BA)
- Sidney Leite (PSD-AM)
- Euclydes Pettersen (Republicanos-MG)
- Mauro Benevides Filho (PDT-CE)
- Renan Ferreirinha (PSD-RJ)
- Coronel Ulysses (União Brasil-AC)
- Júnior Ferrari (PSD-PA)
- Dr. Zacharias Calil (União Brasil-GO)
- Dayany Bittencourt (União Brasil-CE)
- Marcelo Crivella (Republicanos-RJ)
- Átila Lins (PSD-AM)
- Eriberto Medeiros (PSB-PE)
- Jonas Donizette (PSB-SP)
- Charles Fernandes (PSD-BA)
- Gervásio Maia (PSB-PB)
- Pompeo de Mattos (PDT-RS)
- Pastor Diniz (União Brasil-RR)
- Bandeira de Mello (PSB-RJ)
- Fausto Pinato (PP-SP)
- Dra. Alessandra Haber (MDB-PA)
- Guilherme Uchoa (PSB-PE)
- Eduardo Velloso (União Brasil-AC)
- Afonso Motta (PDT-RS)
- Gisela Simona (União Brasil-MT)
- Paulo Azi (União Brasil-BA)
- Hugo Leal (PSD-RJ)
- Nitinho (PSD-SE)
- Amanda Gentil (PP-MA)
- Heitor Schuch (PSB-RS)
- Iza Arruda (MDB-PE)
O que diz o texto de Erika Hilton
PEC reduz de 44 horas para 36 horas por semana o limite máximo de horas semanais trabalhadas. Segundo Erika Hilton (PSOL-SP), o formato atual não permite ao trabalhador "estudar, de se aperfeiçoar, de se qualificar profissionalmente para mudar de carreira".
Número máximo de dias trabalhados por semana passaria a ser quatro. Hoje, a regra prevê que ninguém pode trabalhar mais que 8 horas por dia e 44 horas por semana — mas não proíbe que alguém trabalhe seis dias por semana, desde que não ultrapasse os limites previstos.
Pela proposta, salários não mudam. "A definição de valor salarial visa proteger o trabalhador de qualquer tentativa de redução indireta de remuneração", diz o texto.
Jornada de seis dias de trabalho e um de descanso ultrapassa o razoável, segundo a PEC. Qualidade de vida, saúde, bem-estar e relações familiares são alguns dos pontos citados pelo texto como prejudicados pelo formato atual.
Congresso engavetou ao menos 9 PECs parecidas
Câmara tem três propostas semelhantes arquivadas. Entre os textos arquivados, dois empacaram na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e foram arquivados em 2003 e 2007, mesmo com pareceres favoráveis dos relatores Sigmaringa Seixas (PT-DF) e José Genoíno (PT-SP).
O primeiro texto propunha reduzir a jornada de trabalho semanal no país para 35 horas semanais. A segunda citava a implantação de uma "redução gradual". A terceira PEC, proposta em 2001 por Jonival Lucas Junior (MDB-BA), foi arquivada sem nem ser distribuída para ter relatoria.
Duas outras PECs estão com tramitação parada na Casa. Uma delas, relatada pelo deputado Vicentinho (PT-SP), chegou a ser aprovada em comissão especial em 2009, mas nunca foi pautada — antes de chegar ao plenário da Câmara, PECs precisam ter o aval da CCJ e depois passarem pela análise dessa comissão especial.
A outra foi apresentada em 2019 pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). Ela aguarda ser distribuída para um novo relator na CCJ após a saída de Tarcísio Motta (PSOL-RJ) do órgão colegiado, em fevereiro deste ano. A proposta é para reduzir a jornada de trabalho a 36 horas semanais em 10 anos.
No Senado, PEC mais avançada espera parecer do relator na CCJ. O texto, proposto em 2015, é de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) e defende que o trabalho normal não pode ser superior a oito horas diárias e 36 semanais. A proposta está sob relatoria do senador Rogério Carvalho (PT-SE) desde março deste ano e não teve nenhuma outra movimentação desde então.
Três outras propostas também foram engavetadas por senadores. Uma delas, proposta em 2003 por Paim, teve cinco relatores ao longo de mais de 10 anos e caiu por último nas mãos de Magno Malta (PL-ES) em novembro de 2014. O senador chegou a apresentar relatório favorável à proposta na CCJ, mas ela foi arquivada no mês seguinte devido ao fim da legislatura daquele ano no Senado. As outras duas PECs, de 2015 e 2017, tiveram vida ainda mais curta e foram arquivadas sem ter relatores.