Cardozo: É praticamente impossível Bolsonaro não ser denunciado
Colaboração para o UOL
19/11/2024 12h37
Há elementos suficientes para a PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo envolvimento dele na trama golpista após a derrota nas eleições presidenciais de 2022, afirmou o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo em entrevista ao UOL News nesta terça (19).
Segundo investigações da Polícia Federal, o general Braga Netto, candidato a vice na chapa com Bolsonaro na eleição de 2022, atuou no planejamento do golpe para assassinar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
É muito difícil, para não dizer quase impossível, não se analisar a presença de Jair Bolsonaro no comando dessa articulação. Todos os fatos apontam para isso.
Há Mauro Cid, com todas as provas e narrativas que fez e que podem ser complementadas para que ele não perca a delação. É um momento complicado para ele: ou confessa aquilo que omitiu ou perde os benefícios da delação sem prejuízo das provas que trouxe. Esse é um problema efetivo e real que Mauro Cid enfrentará.
Cada dia que passa, as provas vão apontando. Quem era o beneficiário e o cabeça, o articulador disso tudo? A ponta da pirâmide e o vértice dessa 'organização Tabajara golpista' realmente parece apontar, com cada vez mais consistência, para Jair Bolsonaro.
Pessoalmente, mesmo sem conhecer o inquérito a fundo e vendo a imprensa, não vejo como a Procuradoria-Geral da República não vá denunciá-lo. É praticamente impossível diante dessas evidências todas que não se entenda que não existem provas suficientes para a denúncia. José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça
Para Cardozo, no momento ainda não há fatores suficientes para um pedido de prisão preventiva para Bolsonaro.
Uma coisa é a denúncia; outra é a prisão. A prisão preventiva é uma situação que exige requisitos específicos previstos em lei. Ela não pune, mas atende a uma necessidade cautelar de que se tenha essa pessoa cerceada na sua liberdade.
Diante do quadro que está posto, não posso dizer que hoje estejam configurados elementos para uma prisão preventiva de Jair Bolsonaro. Mas posso dizer que elementos para uma denúncia e até mesmo uma eventual condenação criminal, aí sim uma possível sanção de restrição de liberdade estão dadas. José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça
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