Por que generais que não aderiram ao golpe foram chamados de 'melancia'?
Do UOL, em São Paulo
27/11/2024 12h18
Militares que se opuseram ao plano de golpe de Estado, articulado por alguns pares, eram chamados de "melancia", segundo o relatório da Polícia Federal. Esses oficiais tiveram uma atuação decisiva para evitar que a ideia saísse do papel, segundo a investigação da corporação.
O que significa o termo?
Cores da fruta. Os militares que se opuseram ao golpe eram chamados de melancia porque "seriam alinhados à esquerda do espectro político", segundo o relatório. A explicação está nas cores da fruta: embora vistam a farda verde, por dentro seriam vermelhos —em alusão à esquerda política.
Quem são esses generais?
Freire Gomes e Baptista Junior. A investigação da PF mostra que o ex-presidente Jair Bolsonaro buscava apoio para concluir o golpe mas não obteve o apoio dos comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Junior, que se posicionaram contrários a qualquer medida que causasse ruptura institucional.
Proposta veio com minuta do golpe. A proposta de Bolsonaro foi apresentada aos generais em uma reunião no dia 7 de dezembro, quando ele mostrou uma minuta do golpe aos presentes. Mas os generais já vinham sendo pressionados antes por outros colegas que apoiavam a ideia do então presidente.
Segundo o relatório da PF, apelido veio após negativa. A negativa dos generais irritou os demais militares, que passaram a tratá-los por "melancias", numa referência à cor identificada com a esquerda.