PF acha em pendrive de 'kid preto' plano para golpe e prisão de ministros
A Polícia Federal encontrou em um pendrive apreendido com um "kid preto" do Exército um documento que detalha um plano de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
O que aconteceu
Documento chamado "Operação Luneta" foi encontrado com o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima. Ele é um dos indiciados pela PF no inquérito do golpe. O arquivo é uma planilha com mais de duzentas linhas, que aborda fatores estratégicos de planejamento da ruptura democrática, como político, militar, econômico e de produção.
Arquivo previa realização de novas eleições e prisão de "envolvidos em indícios de irregularidade no processo eleitoral". Entre os objetivos detalhados no plano, também estão a "exploração global de narrativas de fraude eleitoral" e "convocação das Forças Armadas para garantir a execução das medidas".
"Falsa narrativa". Para a PF, plano usava "falsa narrativa de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação" como justificativa para romper ordem democrática.
O documento faz um detalhamento pormenorizado de plano de operação cuja missão seria 'reestabelecer a lei e a ordem por meio da retomada da legalidade e da segurança jurídica e da estabilidade institucional' e que visaria impedir um cenário de ameaça a qual 'em suposta defesa da democracia, (objetivaria) controlar os 3 poderes do país e impor condições favoráveis para apropriação da máquina pública em favor de ideologias de esquerda ou projetos escusos de poder'
Trecho de relatório final da PF sobre o inquérito do golpe
Documento também fala em prisão "preventiva dos juízes supremos considerados geradores de instabilidade". De acordo com o relatório final, essa ação só seria possível em caso de ruptura institucional, o que significaria prisão de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), na visão da Polícia Federal.
Golpistas planejaram medidas para "neutralizar capacidade de atuação do STF", segundo a PF. O plano encontrado pelos investigadores dava "atenção específica para a neutralização da capacidade de atuação" do ministro Alexandre de Moraes.
Plano também previa criação de gabinete de crise e de criação de "arcabouço jurídico" pós golpe com apoio do STM (Superior Tribunal Militar). O objetivo seria elaborar um decreto respaldar as ações militares necessárias para implementar o golpe, conforme descrito nos documentos.
Operação Pacificação Nacional
No mesmo pendrive, a PF encontrou um documento chamado "Operação Pacificação Nacional". A planilha define sete linhas de operação e cinco fases de atuação entre dezembro de 2021 e agosto de 2023. As fases são denominadas como "modelando o ambiente", "restabelecimento da legalidade", "manutenção da lei e da ordem", "normalização" e "reversão".
O conteúdo apresentado evidencia que o documento identificado, trata-se de um planejamento estratégico que tinha como objetivo final um golpe de Estado, visando anular o pleito presidencial de 2022, com fundamento na falsa narrativa disseminada pela organização criminosa de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação, com o objetivo de manter o então presidente da República, JAIR BOLSONARO no poder
Trecho de relatório final da PF sobre o inquérito do golpe
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