Irmã de 'kid preto' preso disse à PF que levou fone para ele ouvir gospel

A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a irmã do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, indiciado no inquérito da tentativa de golpe de Estado. A policial civil Dhebora Bezerra de Azevedo tentou entrar no local onde o irmão está preso com fones de ouvido e um cartão de memória dentro de uma caixa de panetone.

O que aconteceu

A PF informou ao ministro Alexandre de Moraes sobre a abertura do inquérito. Fones de ouvido e um cartão de memória foram encontrados pela equipe do Comando Militar do Planalto, onde Bezerra está preso, dentro de uma caixa de panetone. Dhebora levou o presente ao irmão em uma visita em 28 de dezembro. Depois disso, o militar teve as visitas suspensas.

Dhebora trabalhava em órgão vinculado ao Ministério da Justiça do governo Lula (PT). Ela prestou depoimento nesta terça-feira (14). Ao delegado responsável pelo caso, Itawan Pereira de Oliveira, disse que é policial civil do Ceará e estava cedida à Secretaria Nacional de Segurança Pública, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, e que não pensou em perguntar antes ao Comando Militar do Planalto se era permitido entrar com o equipamento eletrônico. O UOL confirmou que ela não está mais na Senasp.

Ela afirmou que não sabia que era proibido levar aparelhos eletrônicos. Mas não explicou por que escondeu o equipamento dentro de uma caixa de panetone. À PF, ela disse que o irmão pediu para ela os fones para ouvir música enquanto se exercitava. Ela, então, comprou o equipamento e um cartão de memória, onde colocou as músicas.

A policial disse que passou a fazer tratamento psiquiátrico e a tomar remédios. Segundo ela, a intenção era dar "alento" ao irmão.

Que antes da visita, no período da manhã, foi até a Feira dos Importados e adquiriu um fone de ouvido e um cartão de memória; que retornou para casa e gravou na referida mídia de armazenamento músicas de teor gospel, forró e nacionais; que a ideia de gravar as músicas para o irmão surgiu a partir da realização de outras visitas anteriores a Rodrigo, quando o mesmo relatou que estava treinando (academia, corrida etc.) e que não tinha músicas para ouvir.
Trecho do depoimento de Dhebora Bezerra de Azevedo à PF

Trama golpista

Rodrigo Bezerra de Azevedo foi preso em novembro do ano passado. Membro das forças especiais do Exército, os chamados "kids pretos", ele está detido preventivamente por ser um dos suspeitos de participar do plano golpista para assassinar Moraes. A PF identificou que um dos celulares utilizados no plano "Copa 2022" foi vinculado ao nome dele em dezembro do ano passado.

O plano foi discutido em aplicativo de mensagens. Seis pessoas estavam no aplicativo Signal discutindo como colocar a proposta em prática. Elas utilizaram codinomes de países. Nos diálogos do grupo, o telefone que depois foi registrado em nome de Bezerra estava vinculado ao usuário de codinome "Brasil".

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O militar esteve próximo à casa de Moraes naquela data, aponta a PF. Foi a partir dos diálogos deste grupo e do rastreamento de antenas de celular que a PF descobriu que um dos militares chegou a se aproximar da residência de Moraes, em Brasília. Segundo a PF, o plano só foi abortado porque o Comando do Exército não deu apoio à iniciativa golpista.

A defesa nega envolvimento no crime. Ele diz que só teve acesso ao aparelho celular em dezembro, mais de um mês após o plano "Copa 2022", e que não estava em Brasília nas datas em que a PF aponta que o plano teria sido discutido antes de ser iniciado, em 15 de novembro de 2022.

13 comentários

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Rafael Neiva Fernandes

1 minuto de silencio para a risada Interna. Pronto, agora pede pra ela contar a piada do português. 

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Rosângela Ferreira Costa

Música gospel para planejar assassinato de pessoas ?

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Pedro Souza Mello

Dá licença que to indo no pronto-socorro. Falta de ar de tanto rir.

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