Oposição bolsonarista explora desinformação sobre Pix para atacar governo

Em meio a repercussão negativa e a posts de políticos de oposição explorando a desinformação sobre a portaria do Pix, que acumulam milhões de visualizações nas redes sociais, o governo Lula decidiu na tarde desta quarta-feira (15) revogar as regras de fiscalização da Receita.

O que aconteceu

O anúncio da revogação foi feito pelo Ministério da Fazenda, após reunião com o presidente Lula. Com isso, as regras de fiscalização para valores acima de R$ 5.000 para pessoas físicas deixam de valer.

Governo não taxava o Pix. No começo deste ano, começou a valer uma norma da Receita Federal que obrigava plataformas de pagamento, como bancos digitais, a informarem transações de pessoas físicas acima de R$ 5 mil. A resolução só ampliava um serviço de monitoramento que a Receita já fazia: para cartão de crédito e depósitos, por exemplo, o órgão já monitorava quando os valores excediam R$ 2 mil. O objetivo era combater fraudes e ocultação de dinheiro ilícito.

Novo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Sidônio Palmeira, tomou posse nesta terça (14) e encomendou uma campanha para desmentir boatos. O primeiro compromisso desta quarta (15) do presidente Lula foi justamente uma reunião com Palmeira, o secretário de Comunicação Institucional, Laércio Portela, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do tema.

Oposição explorava o cenário para criticar o governo. Um vídeo em que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) dizia que o governo ia tratar o pequeno comerciante como grande sonegador já ultrapassou 170 milhões de visualizações no Instagram —é quase quatro vezes mais views que o último vídeo publicado pela popstar mundial Beyoncé na mesma rede social, por exemplo.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou um vídeo perguntando se os internautas sentiam falta do governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele compartilhou um vídeo em que o pai diz ter criado o Pix em 2020. Embora tenha sido lançado em novembro daquele ano, o Pix já estava sendo preparado pelo Banco Central desde 2018, antes do mandato de Bolsonaro. A gravação acumula mais de 1,5 milhão de visualizações e foi compartilhada pelo ex-presidente.

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) afirmou que iria propor um decreto legislativo para suspender a norma da Receita, e que esperava o apoio dos colegas. Nas redes sociais, ele dizia que "a fome insaciável do governo por arrecadação é evidente, e agora o Pix virou o alvo da vez".

Faltou avaliação do impacto político, opinaram aliados do Planalto. Auxiliares ouvidos pelo UOL apontaram que o governo já estava com fama de gastador, tanto para o mercado financeiro quanto para a população, o que ajudou a história a colar.

Além disso, "taxa das blusinhas" criou precedente ruim. Um imposto de importação sobre compras internacionais de até US$ 50, que eram isentas anteriormente, passou a valer em agosto passado, após o governo ir e voltar sobre o assunto.

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Governo estuda medidas, inclusive na esfera criminal, para responsabilizar quem está espalhando desinformação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na manhã desta quarta-feira (15) que a AGU (Advocacia-Geral da União) vai tomar as medidas cabíveis, inclusive criminais se necessário. Ele afirmou que golpistas estão se aproveitando das dúvidas para enganar os consumidores, e quem espalha fake news está "patrocinando organizações criminosas".

*Com informações de Lucas Borges Teixeira, do UOL, em Brasília

12 comentários

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Helder Carvalho Ferreira

É imprtss as rico deter esse marginalzinho de Minas. O governo tem de sair das cordas. Ter controle da agenda e não ficar unicamente na defensiva tentando explicar o que não existe.

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Joao Henrique Furlan Carnietto

Eh Lucas, o desgoverno está dando mto trabalho essa semana para vcs da midia canhota e extrema esquerda pela CA ga DA que fizeram, e agora vcs precisam ajudar a passar pano, tá hilário!!

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Argemiro Ferreira da Silva Filho

Se nao era verdade porque acabou de RE VO GAR..F ONTE UOL

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