Juízes tomam 'bronca' por 'meme do Homem-Aranha' em decisão

A utilização do "meme do Homem-Aranha" em uma decisão federal de desapropriação em Volta Redonda (RJ) levou juízes a receberem uma reprimenda da corregedoria.

O que aconteceu

Meme em decisão chamou atenção do TRF-2. Após Karina Dusse, juíza federal substituta de Volta Redonda, utilizar o "meme do Homem-Aranha" para ilustrar decisão em uma ação de desapropriação, o TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), que tem jurisdição sobre os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, recomendou parcimônia no uso de expressões informais e imagens.

Juízes receberam ofício recomendando prudência na utilização de referências culturais. A repressão foi feita pela corregedora Leticia de Santis Mello, que avalia a conduta dos juízes da 2ª região. Em ofício, ela reconheceu a necessidade de eliminar o excesso de formalidades nas comunicações do Judiciário e de tornar a linguagem acessível à sociedade, mas recomendou que isso fosse feito sem deixar a seriedade de lado.

Ainda que seja importante 'eliminar a excessiva formalidade em todas as comunicações do Poder Judiciário' e assegurar que a linguagem utilizada seja 'simples e acessível à sociedade em geral', devem ser evitados elementos que possam suscitar dúvidas quanto à seriedade e decoro dos magistrados e serventuários da Justiça.
Leticia de Santis Mello, corregedora regional da Justiça Federal da 2ª Região

Juíza chamou homem aranha de "espetacular" em tom descontraído, após equívoco. A juíza federal Karina Dusse usou o conhecido meme após receber um ofício na 1ª vara federal —mas o documento foi expedido à 3ª vara federal de Volta Redonda.

Juíza usou 'meme do homem aranha' em uma decisão de desapropriação
Juíza usou 'meme do homem aranha' em uma decisão de desapropriação Imagem: Reprodução/TRF2

Meme deve ser evitado. Sem citar a juíza, a corregedora orientou que todos os magistrados utilizassem "com prudência e parcimônia expressões informais, referências culturais e recursos de visual law (recursos visuais) nos atos jurisdicionais".

Corregedora reconheceu a necessidade de eliminar excesso de formalidades nas comunicações do poder judiciário e tornar a linguagem acessível à sociedade, mas sem deixar a seriedade de lado
Corregedora reconheceu a necessidade de eliminar excesso de formalidades nas comunicações do poder judiciário e tornar a linguagem acessível à sociedade, mas sem deixar a seriedade de lado Imagem: Reprodução / TRF 2

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