Esperança
e resistência
2022 é um ano para apoiar quem desmaiou de fome, buscou comida no lixo e teve seus direitos desprezados
2022 é um ano para apoiar quem desmaiou de fome, buscou comida no lixo e teve seus direitos desprezados
Padre Júlio Lancellotti (texto)
Yuri Lueskas (ilustrações)
O aumento espantoso da população em situação de rua, crianças a desmaiar de fome nas escolas e a buscar comida no lixão, no caminhão de lixo. Fila de mulheres comprando ossos e carcaças, dezenas vendendo e pedindo nas ruas e avenidas.
Vimos aumentar o ódio aos pobres, a discriminação e o preconceito contra a população LGBTI+, quilombolas e indígenas. Vimos desprezo pelos presos e aumentar a violência e o armamentismo.
Na pandemia, vimos o luto, a dor, as lágrimas e o negacionismo.
Ao mesmo tempo, testemunhamos muitos gestos solidários, compassivos e misericordiosos.
Os cientistas e os profissionais da saúde jamais serão esquecidos. Os servidores de limpeza pública e dos serviços funerários também serão lembrados pelo heroísmo e dedicação.
As derrotas e ferimentos não nos desanimarão, lutaremos até o fim para:
- Superar a fome;
- Acabar com as desigualdades;
- Lutar contra todo tipo de preconceito e discriminação;
- Defender a terra, a vida, a moradia e a saúde.
Não seremos nem alienados ou pessimistas, mas comprometidos com os direitos humanos e a liberdade que humaniza a vida.
Padre Júlio Lancellotti nasceu em São Paulo, no dia 27 de dezembro de 1948, descendente de imigrantes italianos.
Exerce a função de pároco da paróquia de São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo.
Além disso, é vigário episcopal para a população de rua e ativista de direitos humanos.
Este é um capítulo da série
Convidados escrevem sobre como momentos-chave de 2021 impactam no que vai acontecer no ano que vem
Publicado em 25 de dezembro de 2021.
Texto: Padre Júlio Lancellotti
Ilustrações: Yuri Lueskas
Produção: Marcela Leite
Edição de texto: Clarice Sá e Lúcia Valentim Rodrigues
Direção de arte: René Cardillo e Gisele Pungan