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Laboratório envia todas as doses de droga em teste contra ebola à África

Membro de organização humanitária tem roupa especial desinfetada em Serra Leoa - Tommy Trenchard/The New York Times
Membro de organização humanitária tem roupa especial desinfetada em Serra Leoa Imagem: Tommy Trenchard/The New York Times

Em Whashington

12/08/2014 05h42

O laboratório americano que desenvolveu o medicamento ainda em fase experimental contra o vírus ebola informou nesta segunda-feira (11) o envio de todas as doses disponíveis à África ocidental. O governo dos Estados Unidos havia autorizado mais cedo o uso da droga na Libéria. "Após atender os pedidos recebidos neste final de semana, os estoques de ZMapp se esgotaram", afirmou o laboratório Mapp Bio em seu site.

Não há cura para o ebola, que já infectou pelo menos 1.848 pessoas e matou 1.013 delas na África ocidental desde que o surto "sem precedentes" foi relatado pela primeira vez na Guiné, em fevereiro deste ano. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na semana passada emergência internacional de saúde e está promovendo, em Genebra, uma reunião com médicos especialistas para discutir a ética do uso de drogas experimentais em pacientes com o vírus.

"Qualquer decisão de utilizar o ZMapp deve ser tomada pela equipe médica dos pacientes", assinalou o laboratório, que entregou o medicamento "gratuitamente". A empresa não informou os países destinatários ou o número de doses enviadas, mas, segundo a presidência da Libéria, a Casa Branca e a agência americana de medicamentos e alimentos (FDA) aprovaram o envio "de doses do soro experimental para tratar os médicos liberianos atualmente infectados" pelo vírus ebola.
O comunicado revela que o envio é resultado de um pedido direto da presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a seu colega americano, Barack Obama, no dia 8 de agosto.

Segundo o mesmo comunicado, a diretora-executiva da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, autorizou o envio à Libéria de doses suplementares da droga experimental para contribuir com o combate à epidemia. 

O medicamento em teste, desenvolvido em colaboração com uma empresa canadense, é elaborado a partir de folhas de tabaco e de difícil produção em grande escala atualmente. A droga foi administrada em dois voluntários americanos que contraíram o vírus quando tratavam de pacientes infectados com o ebola e se mostrou promissora.