Bebê é o primeiro a morrer na Argentina após adoção da lei da 'morte 'digna'
Foi anunciada nesta sexta-feira, na Argentina, o falecimento do bebê Camila Sánchez Herbón, de três anos, símbolo da luta pela lei da "morte digna", aprovada há quatro semanas pelo Congresso do país. A criança, que vivia em estado vegetativo, teve os aparelhos que a mantinham viva desligados, na primeira morte autorizada após a adoção da nova legislação.
A notícia foi confirmada pela mãe da bebê, Selva Herbón, em declarações à imprensa local. "Ela partiu em paz e deixou direitos para todos", disse a mãe.
Na segunda-feira, a família pediu formalmente aos médicos que desligassem os aparelhos que mantinham Camila viva - um respirador artificial e um alimentador - no hospital Centro Gallego, de Buenos Aires.
A mão de Camila Sánchez Herbón, de três anos, símbolo da luta pela lei da "morte digna"
O bebê viva em estado vegetativo, sem atividade cerebral, desde que nasceu. Os problemas foram consequência de um erro médico.
Antes da aprovação da lei de "morte digna", os médicos haviam rejeitado o pedido dos pais para o desligamento dos aparelhos. Nesta semana eles pediram um prazo para avaliar "os procedimentos" (médicos e legais), de acordo com o jornal Clarín.
Na quinta-feira, os médicos ligaram para a mãe de Camila e disseram que os aparelhos seriam desconectados diante de um grupo reduzido. Os pais da menina, Selva e Carlos, pediram a um amigo que os representasse no quarto onde Camila passou os três anos de vida.
"Selva me pediu essa ajuda e no início eu fiquei em dúvida, mas ela me disse que seria muito forte para ela. Durou alguns minutos", contou Marcelo Velis, amigo da família. De acordo com a imprensa local, Camila será cremada, após uma cerimônia realizada por um padre católico.
Campanha
A mãe de Camila liderou a campanha para aprovação da lei argumentando que a bebê tinha o direito "a descansar em paz", segundo disse em entrevista à BBC Brasil, no ano passado.
"Ela só cresce. Não enxerga, não ouve, não chora, não ri, não se mexe mesmo quando a toco", disse a mãe, na ocasião.
Na hora da votação do projeto no Congresso, Selva esteve no plenário e comemorou a aprovação da lei.
Ela tinha escrito para a presidente Cristina Kirchner e tinha conversado com sacerdotes para "explicar" que a filha "não merecia aquele calvário".
Segundo a imprensa local, Camila passou duas horas com os aparelhos desligados até morrer de parada "cardiorrespiratória não traumática".
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