Ataque a centro de quarentena na Libéria traz revés na luta contra ebola
Um centro de quarentena usado por pacientes com suspeita de ebola foi atacado e saqueado por manifestantes armados em Monróvia, capital da Libéria, informa a polícia.
Teme-se que o incidente facilite a contaminação pelo vírus, já que lençóis saqueados podem estar infectados. Além disso, ao menos 20 pacientes, até então isolados, fugiram do local. Não se sabe se eles estavam de fato infectados pela doença.
Segundo um representante do Ministério da Saúde da Libéria, os manifestantes estavam insatisfeitos com o fato de pacientes de fora da capital estarem sendo tratados no centro de quarentena.
Mas há relatos de que os manifestantes acreditavam que a epidemia de ebola é um boato e queriam forçar o fechamento do centro.
O local havia sido montado para monitorar pacientes com suspeita de contaminação pelo ebola. Se essa suspeita fosse confirmada, os pacientes eram então levados a um hospital, disse à BBC Tolbert Nyenswah, ministro-assistente de Saúde.
'Estupidez'
Um policial disse que colchões e lençóis manchados de sangue, além de equipamentos médicos, foram roubados do centro.
"Foi uma das coisas mais estúpidas que vi na minha vida", declarou, agregando que os saques podem ampliar a contaminação na área de favelas de West Point, onde fica o centro, e que é densamente povoada.
A epidemia de ebola começou em fevereiro, na Guiné, e desde então espalhou-se por Libéria, Serra Leoa e Nigéria, no oeste da África.
Até sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde havia contabilizado 1.145 mortes em decorrência da doença, de um total de 2.127 casos identificados.
O ataque ao centro de quarentena é visto como um grande revés para a luta contra o ebola, informa o repórter da BBC na Nigéria, Will Ross.
Especialistas dizem que o fim da epidemia depende, em grande parte, de seu controle na Libéria - onde muitas pessoas ainda sabem pouco sobre o vírus e se recusam a cooperar com as autoridades de saúde.
Os sintomas do ebola incluem febre alta e sangramento; o vírus ataca o sistema nervoso central e a taxa de mortalidade chega a 90%. Não há vacina ou cura.
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