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Coronavírus: 5 coisas que você precisa saber

Máscaras não são muito eficientes na prevenção contra o vírus - Getty Images
Máscaras não são muito eficientes na prevenção contra o vírus Imagem: Getty Images

26/02/2020 06h27

Em meio ao surto do novo coronavírus, que já infectou mais de 80 mil pessoas em 26 quase 40 países, incluindo o Brasil, diversos mitos e informações falsas estão sendo propagados junto com ele.

Aqui seguem alguns fatos que esclarecem alguns deles.

Máscaras faciais não são tão úteis

Tornou-se comum ver pessoas usando estas máscaras pelas ruas e aeroportos ao redor do mundo — a ideia é que ela protegeria o usuário e ajudaria a evitar a transmissão do vírus para outras pessoas —, mas há poucas evidências de que elas funcionem.

Isso ocorre porque geralmente são muito folgadas, não cobrem os olhos e não podem ser usadas por longos períodos. As máscaras precisam ser trocadas com frequência, porque ficam suadas, para oferecer alguma proteção real.

Para evitar a transmissão, é mais importante cobrir a boca e o nariz quando tosse ou espirra, com um lenço de papel ou com o braço, colocar o papel usado diretamente em lixeiras fechadas, lavar as mãos frequentemente com sabão ou desinfetante e manter uma distância de pelo menos um metro de pessoas que tossem e espirram.

Mas não adianta fazer gargarejos com enxaguantes bucais ou enxaguar o nariz com solução salina. Nada disso ajudará a te proteger contra o novo vírus.

Você não pega o vírus de animais de estimação

Não há evidências de que seu cão ou gato possa estar infectado com o novo coronavírus. Mas isso não significa que você não deve lavar as mãos regularmente com água e sabão depois de tocá-los.

Mesmo os bichos de estimação mais fofinhos podem portar bactérias como E. coli e salmonela — e elas podem ser transmitidas entre estes animais e humanos.

Mesmo que você esteja preocupado com a possibilidade de o surto do novo coronavírus ter se originado em um mercado de animais vivos em Wuhan, na China, é importante saber que a fonte provavelmente foi uma espécie selvagem.

O vírus poderia passar despercebido entre animais antes de infectar seres humanos, que é como muitas epidemias deste tipo começam, como por exemplo, as de gripe aviária, ebola e Sars. Mas isso não significa que animais em geral são perigosos ou espalhadores.

O novo vírus é raramente letal

Embora qualquer pessoa de qualquer idade possa ser infectada e o número de casos esteja aumentando todos os dias na China, apenas uma pequena proporção de pessoas está morrendo por causa disso.

Os idosos e aqueles com outras condições de saúde, como asma, doenças cardíacas, câncer e diabetes, são os mais vulneráveis ao novo vírus.

A maioria das pessoas apresenta sintomas leves, como tosse e febre, e se recupera. No entanto, o vírus está deixando algumas pessoas gravemente doentes por pneumonia e problemas respiratórios, e matou um pequeno número dos pacientes contaminados na China.

Lembre-se de que a gripe comum que se dissemina todo inverno mata dezenas ou mesmo centenas de pessoas no Brasil a cada ano. E o risco de contrair o novo coronavírus é pequeno se comparado ao vírus da gripe.

Gotas microscópicas expelidas por meio da tosse são a maneira mais provável de propagação do novo vírus, portanto, colocar em quarentena ou isolar os que retornam de Wuhan reduzirá ainda mais esse risco.

Ainda é recomendável tomar uma vacina contra a gripe neste momento.

Não há cura

Não existem medicamentos ou vacinas específicos para o novo vírus, e os antibióticos também não funcionam, porque eles combatem bactérias. Existem opções de tratamento, mas a maioria das pessoas melhora por conta própria.

Os cientistas estão trabalhando para desenvolver uma vacina, mas ela terá que ser testada primeiro, e pode levar algum tempo até que esteja pronta.

É seguro comer comida chinesa

Não é necessário evitar comida chinesa ou parar de comprar produtos do país. Também é seguro receber encomendas e cartas da China, porque é improvável que o vírus sobreviva por muito tempo fora do corpo humano.

É preciso estar em contato próximo com uma pessoa infectada — até dois metros e por 15 minutos ou mais — para correr algum risco.

Texto publicado originalmente em 06/02/2020 e atualizado no dia 26/02/2020, após a confirmação do primeiro caso no Brasil.