OMS teme proliferação do vírus da pólio no Paquistão
Genebra, 24 jun (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) teme que o vírus da pólio se prolifere no Paquistão, um dos três países no mundo onde a doença ainda é endêmica, por causa do fluxo de refugiados internos não vacinados para outras regiões do país.
Nos últimos dias, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) detectou que quase 500 mil pessoas deixaram a região de Waziristão do Norte para fugir dos combates entre o Exército e os talebans.
Além dos desafios de subsistência destas pessoas, a OMS teme que estas comunidades possam contrair o vírus da pólio devido as suas fragilidades.
Segundo Shona Bari, especialista de pólio da OMS, as autoridades religiosas do Waziristão do Norte proibiram a vacinação contra a pólio em 2012 por questões religiosas e, por conta deste fato, a maioria das crianças da região não foi imunizada.
Diante deste contexto, as autoridades locais detectaram 82 novos casos somente neste ano, enquanto 93 casos foram registrados durante todo ano de 2013. De acordo com as autoridades, pelo menos 70 menores foram paralisados pelo vírus nos últimos dois anos.
"Tememos que crianças não imunizadas possam contagiar outras que também não estão", afirmou Bari, ao ressaltar que, por outro lado, as regiões para onde os deslocados se dirigem possuem altos níveis de vacinação e, por isso, "espera" que o risco seja menor.
Outro aspecto positivo é que uma vez abandonada a região onde a "proibição" regia, os deslocados internos podem ser vacinados se assim desejarem, algo que a OMS encoraja em suas campanhas.
"Até agora não registramos nenhuma recusa. Ao contrário, muitas famílias vieram nos procurar porque são conscientes do perigo de contaminação", explicou o especialista.
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