Posto de saúde é fechado em Maceió após médica ser agredida por paciente
O posto do PSF (Programa de Saúde da Família) Aliomar de Almeida Lins, localizado no bairro Benedito Bentes, periferia de Maceió, foi fechado nesta quinta-feira (17) porque uma médica foi agredida por uma paciente, nessa quarta-feira (16), com um estetoscópio. A médica foi atingida na cabeça, levou seis pontos na testa e está afastada do trabalho.
De acordo com informações de funcionários do posto, a paciente entrou na unidade de saúde para pegar uma medicação, mas teria se recusado a passar pela triagem, adentrou na sala da médica e a agrediu com o estetoscópio.
Devido à insegurança do local, os funcionários resolveram suspender as atividades e se reuniram com representantes do Sindsaúde (Sindicato dos Servidores da Saúde de Maceió) nesta quinta-feira (17) para relatar os problemas.
Eles contaram que são constantemente agredidos verbalmente por pacientes e depois da agressão física que a médica sofreu decidiram parar as atividades. “Estamos amedrontados. É muita tensão trabalhar nessa situação. Não temos estrutura de segurança e os pacientes chegam por mil motivos estressados nos agredindo”, disse a funcionária Silvania Izidoro.
Decreto
No último dia 9, a Prefeitura de Maceió decretou emergência na rede pública municipal de saúde. De acordo com a prefeitura, o decreto contempla, entre as ações de seu plano de trabalho, a aquisição de medicamentos e correlatos, aquisição de material gráfico, de consumo, expediente e limpeza; reformas, ampliações e melhorias da infraestrutura de unidades de saúde; aquisição de equipamentos, mobiliários e materiais para as unidades de saúde e contratação de serviços de segurança eletrônica e armada.
Segundo o relatório apresentado pelo secretário de Saúde, Jaelson Gomes, a precariedade dos equipamentos, falta de infraestrutura e medicamentos justificaram o decreto, que tem 180 dias para executar obras e 60 dias para compra de medicamentos sem a necessidade de licitação.
Câmara
A falta de segurança nas unidades de saúde foi assunto debatido na Câmara de Vereadores de Maceió. O verador Silvânio Barbosa (PSB), que é morador do Benedito Bentes, lamentou o ocorrido e criticou a falta de condições de trabalho devido a insegurança nos postos de saúde.
“É necessário que a emergência na saúde, decretada pela Prefeitura, contemple mais segurança para os postos. Fui informado de que a médica chegou a sangrar devido às agressões da paciente, que queria receber remédios que a unidade não dispunha para entregar à população”, afirmou Barbosa.
Já o vereador Silvio Camelo (PV) disse que a prefeitura precisa dar uma resposta rápida a população e utilizar a verba do decreto com mais agilidade. “Não temos como aguardar a burocracia. A prefeitura deve contratar emergencialmente não só para a área de saúde, mas também para outras áreas”, disse.
Segundo o vereador Chico Filho (PP), o posto de saúde Sérgio Quintella, no bairro da Santa Lúcia, foi invadido por traficantes e a assistente social sofreu ameaças. A invasão ocorreu em fevereiro.
“Desde aquela época, os médicos não se sentem confortáveis naquele posto. Foram colocados dois seguranças lá, mas defendo que dentro do decreto de emergência da Saúde, uma das prioridades seja garantir a segurança dos profissionais que trabalham nestes postos”, afirmou Chico Filho.
Para a vereadora Heloísa Helena (PSOL), os problemas de falta de medicamentos e estrutura de trabalho nos postos de saúde “são fruto de fraudes em processos licitatórios realizados na gestão anterior”. Heloisa observou que ocorreu “deficiência no processo de transição entre a atual e antiga gestão, como fator que contribuiu para que os postos de saúde ficassem desabastecidos”.
A prefeitura de Maceió informou que uma equipe da SMS (Secretaria Municipal de Saúde) visitou o posto de saúde nesta quinta-feira (17) e afirmou que vão ser implementadas novas medidas para aumentar a segurança no local. Será colocado um portão na entrada do posto e um guarda municipal ficará controlando o acesso ao prédio.
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