Espanha quer sacrificar cachorro de enfermeira com ebola para evitar riscos
O cachorro da enfermeira espanhola que contraiu o vírus ebola em Madri será sacrificado para evitar riscos de transmitir o vírus a humanos, informou a Secretaria de Saúde de Madri nesta terça-feira (7). A eutanásia deverá seguir procedimentos de biossegurança e o cadáver do animal deverá ser incinerado.
Javier Romeo, marido da enfermeira Teresa Romeo, começou uma campanha nas redes sociais nesta segunda-feira (6) com ajuda de organizações de proteção aos animais para salvar a vida do cão chamado Excalibur. Diante da negativa, o órgão estatal emitiu uma resolução que 'ordena' que se faça a eutanásia.
Javier entrou em contato com a Asociacion Protectora Villa Pepa e denunciou a ordem de sacrificar o cão. A associação replicou a mensagem no Facebook.
“Parece-me injusto que por um erro deles, querem solucionar isso pela via mais rápida. Se tanto os preocupa este problema, creio que podem buscar outro tipo de soluções alternativas, como por exemplo colocar o cão em quarentena e observação como foi feito comigo”, disse em parte da mensagem.
Na nota, a secretaria informa que "segundo informação científica disponível, existem dados que confirmam que há cães com anticorpos positivos para o vírus ebola, o que indica que os cães podem sofrer um processo de viremia, embora se mostrem assintomáticos. Em consequência, não existe garantia de que os animais infectados não eliminem o vírus através de seus fluídos orgânicos, com potencial risco de contágio".
A nota diz ainda que a secretaria consultou o Ministério da Saúde, da Agricultura, da Alimentação, do Meio Ambiente, e a diretoria da Organização Mundial de Saúde Animal antes de decidir pela eutanásia do cão.
“Não podemos nos arriscar”, disse Felipe Vilas, presidente do órgão oficial dos veterinários de Madri ao jornal "El País". Vilas levou em conta os casos de animais infectados nos países onde há surto de ebola.
Serra Leoa, Guiné e Libéria são os países que sofrem epidemia de ebola, mas casos já foram notificados também na Nigéria e na República Democrática do Congo—no último o surto condiz a outro tipo do vírus. Mais de 3.000 pessoas morreram por causa do ebola nestes países somente este ano.
O cientista Eric Leroy disse ao "El País" que não seria necessário sacrificar o cão, que seria ‘importante no ponto de vista científico’.
(Com jornais internacionais)
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