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Calor no inverno? Entenda motivo de dias quentes na maior parte do país

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Imagem: iStock

Jéssica Nascimento

Colaboração para o UOL

26/06/2018 18h56

Inverno é sinônimo de tirar o casaco do guarda-roupa. Ou pelo menos deveria ser. No entanto, desde a chegada do que deveria ser a estação mais fria do ano, no dia 21 de junho, as temperaturas não caíram em todo o país no decorrer dos dias. Só para se ter uma ideia, nesta terça-feira (26), a máxima prevista na cidade de São Paulo foi de 27ºC, com mínima de 16°C. Portanto, quem gosta do frio vai ter de esperar pelo menos até o dia 25 de julho para poder tirar aquele casaco quentinho do armário, segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe).

Em Belo Horizonte, a temperatura variou entre 27ºC nesta terça e 17ºC. Já em Manaus, ficou entre 25ºC e 31ºC. No Rio de Janeiro, a máxima prevista é de 30ºC, com mínima de 21ºC.

Segundo o centro de previsão, o estado de São Paulo, toda a região centro-oeste, a parte sul da região do Amazonas, o norte de Minas Gerais e parte do Nordeste – exceto a faixa litorânea – vêm sofrendo com o aumento nas temperaturas durante o inverno. Isto ocorre devido à presença de um fenômeno chamado anticiclone, que inibe a formação de nuvens, e, com isso, o sol aquece mais a superfície. Consequentemente, o ar esquenta mais, elevando a sensação de calor.

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“Esse sistema também age como um bloqueio para o avanço de frentes frias e, portanto, impede a incursão de massas de ar mais frias
sobre estas áreas do país", diz o especialista do grupo de previsão de tempo Maicon Eirólico Veber. A tendência, de acordo com ele, é que o fenômeno comece a perder intensidade a partir da primeira semana de julho, mas as temperaturas só devem cair a partir de 25 de julho. A previsão é que o tempo também continue seco na maior parte do país.

Segundo Veber, situações semelhantes já ocorreram em anos anteriores e são relativamente comuns. Nesta segunda-feira (25), no Distrito Federal, por exemplo, a temperatura era de 22°C. Quase no mesmo período do ano passado, no dia 27, os moradores da capital sentiram frio de 6 ºC, de acordo com o Instituto Nacional de Metereologia (Inmet). A sensação térmica é diferente dos termômetros, que marcaram 13°C na época.

Já para a meteorologista Morgana Almeida, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), apesar de a sensação de calor, as temperaturas registradas no país não saem da normalidade. Segundo Morgana, é uma característica normal do inverno ter temperaturas mais amenas pela manhã e aumentos expressivos durante a tarde. "Como à noite não há nuvens, o calor não é mantido, por isso a grande amplitude térmica", explica a especialista. 

Falta de chuvas

O que se observa também neste período é a falta de chuvas. No Distrito Federal, por exemplo, não chove há mais de 38 dias. A ausência, segundo a especialista do Inmet, é normal para a época. Em 2017, por exemplo, foram 127 dias sem chuva na capital do país. A expectativa é de que um grande volume de chuvas só caia em setembro, no início da primavera. 

"As chuvas tendem a ser escassas no inverno, principalmente na área central do Brasil e, com isso, no período da tarde, a umidade relativa do ar diminui. Quando fica abaixo dos 30%, o Inmet emite um aviso meteorológico especial com o objetivo de alertar à Defesa Civil e a população”, explica.