Pacientes sem sintomas de Covid-19 contaminaram dois terços dos infectados
Resumo da notícia
- Conclusão é de estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade de Columbia, nos EUA
- Na China, casos assintomáticos foram numerosos e contagiosos, mas podem fugir do radar
- Restrições pós-viagens e medidas de controle foram essenciais para conter avanço da pandemia
Pacientes que não apresentaram sintomas da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, ou muitos dos quais que não tiveram sintomas importantes, são os maiores responsáveis pela rápida difusão da epidemia da doença na China, aponta nova pesquisa coordenada por cientistas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Columbia, em Nova York, Estados Unidos, publicada pela revista científica americana Science.
Os estudos apontaram que 86% de todas as infecções não documentadas foram registradas antes da proibição de viagens de e para Wuhan, em 23 de janeiro.
As ocorrências não registradas da doença até então representavam 52% dos casos, mas foram responsáveis por dois terços das infecções registradas na cidade.
Os esforços de controle do governo chinês e a atenção da população à epidemia reduziram os índices do avanço do vírus na China. Restrições pós-viagens e medidas de controle foram impostas e o avanço tornou-se mais lento desde então.
"A explosão dos casos de Covid-19 na China foi largamente aumentada por indivíduos com tênues, limitados ou sem sintomas que não foram detectados", disse o doutor Jeffrey Shaman, professor de saúde ambiental da faculdade de Saúde Pública da Universidade de Columbia, e coautor do estudo.
"Dependendo da sua capacidade de contágio e números, casos não detectados podem expor uma grande parte da população ao vírus. Nós descobrimos que, na China, estes assintomáticos foram numerosos e contagiosos. Essas transmissões que fogem ao radar vão continuar presentes e são um grande desafio à contenção da epidemia pelo mundo", disse Shaman.
"Atenção aumentada para a epidemia, aumento de medidas de proteção pessoal, e restrição de viagens ajudaram a reduzir a força da infecção. Entretanto, ainda não está claro se essa redução será suficiente para conter o avanço do vírus", diz Shaman.
"Se o novo coronavírus seguir o padrão da pandemia do H1N1, em 2009, ele se espalhará globalmente e se tornar a quinta endemia de um coronavírus na população mundial", disse.
Uma endemia é quando uma doença se torna comum e presente na lista de doenças de um país. Após a epidemia de H1N1, e de outros coronavírus, estas doenças passaram a ser mais uma das doenças respiratórias existentes.
Os resultados são baseados em um modelo de computador sobre a epidemia que foi publicado online da revista científica Science. O estudo foi realizado por sete cientistas americanos e chineses, de universidades americanas, chinesas e inglesa.
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